No último sábado (4), o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, anunciou em Brasília que houve significativos avanços nas negociações para a redução das tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Essa melhoria ocorreu após uma reunião breve entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente norte-americano, Donald Trump, durante a Assembleia-Geral das Nações Unidas, realizada no final de setembro.
Impactos das novas tarifas sobre produtos brasileiros
Alckmin destacou que a interação entre os presidentes resultou na diminuição das tarifas que antes eram de 50% para produtos como madeira macia e serrada, que agora foi reduzida para 10%. Além disso, móveis e sofás, que tinham a mesma taxa, passaram a ser taxados em 25%. Essas mudanças são parte da Seção 232 da Lei de Comércio dos EUA, que regulamenta as tarifas aplicáveis a diferentes países.
“Essa redução de cerca de US$ 370 milhões em produtos exportados é um avanço significativo que pode beneficiar a indústria brasileira”, afirmou Alckmin, enfatizando que a nova estrutura tarifária colocará o Brasil em uma posição mais competitiva no mercado global. Ele reforçou a ideia de que a relação comercial entre Brasil e Estados Unidos deve ser mais equilibrada, dado que os EUA têm mais a ganhar da exportação para o Brasil do que o contrário.
Possibilidades futuras nas relações comerciais
O vice-presidente brasileiro acredita que o encontro entre Lula e Trump é apenas o começo de um processo de negociação que pode levar a outros acordos benéficos para o Brasil. Ele expressou otimismo sobre a possibilidade de reduzir ainda mais as tarifas, considerando que os EUA têm um superávit na relação comercial com o Brasil. “Não há razão para manter essas tarifas altas, pois o comércio deve ser vantajoso para ambos os lados”, complementou Alckmin.
Além disso, o vice-presidente tem atuado diretamente como interlocutor junto ao governo americano, mantendo um diálogo contínuo com o secretário de Comércio, Howard Lutcnick, com quem conversou nesta semana para discutir estratégias para fortalecer ainda mais a colaboração entre os dois países.
Crescimento no setor automobilístico
Durante a visita a uma concessionária de veículos em Brasília, Alckmin também mencionou os impactos positivos de um programa recente intitulado “Carro Sustentável”. Este programa foi lançado com o objetivo de incentivar a venda de carros de entrada fabricados no Brasil, que atendem critérios de sustentabilidade ao zerar impostos e oferecer incentivos fiscais.
Segundo Alckmin, desde o início do programa em julho, as vendas de carros novos aumentaram em 28,2% até o final de setembro. “O carro sustentável é um marco importante para a indústria automotiva brasileira, pois não somente reduz emissões de CO2, mas também torna os veículos mais acessíveis à população”, ressaltou ele, ao explicar que esses veículos emitem menos que 83 gramas de CO2 por quilômetro rodado e possuem alta taxa de reciclabilidade.
Perspectivas de próximos encontros entre Lula e Trump
Futuras discussões entre os presidentes Lula e Trump ainda estão no horizonte. Ambos já concordaram em ter um encontro, virtual ou presencial, que será agendado em uma data a ser divulgada. O vice-presidente Alckmin enfatizou a importância desse diálogo contínuo para garantir que as negociações comerciais se desenvolvam de maneira a beneficiar ambos os países e que as relações entre Brasil e Estados Unidos se tornem cada vez mais sólidas.
Em suma, os avanços nas tarifas e o desempenho do setor automobilístico refletem um momento promissor nas relações comerciais Brasil-EUA, comprometendo-se ambos os lados a buscar soluções que fomentem o desenvolvimento econômico e social.
