Brasil, 4 de outubro de 2025
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Investigadores de vida selvagem usam técnicas CSI para salvar espécies ameaçadas

Especialistas em crimes ambientais estão adotando métodos avançados de investigação para combater o tráfico e proteger animais em risco de extinção

No mês passado, durante a convenção CrimeCon, em Denver, a curiosidade despertou ao ver dois investigadores de vida selvagem discutindo suas abordagens. Diferente das investigações tradicionais, eles empregam técnicas altamente sofisticadas, semelhantes às usadas na cena do crime, para combater o tráfico de animais e salvar espécies ameaçadas.

Investigação de Crimes contra a Vida Selvagem com Técnicas CSI

Ed Newcomer, ex-agente especial do Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA, revelou que atualmente o trabalho envolve a utilização de cães farejadores, análise de cenas e coleta de evidências específicas para desvendar crimes ambientais complexos. “Você precisa fazer perguntas essenciais: quem demanda essas mercadorias, quem compra, quem fabrica ou poacha”, explicou.

O uso de cães treinados para detectar partes de animais ilegais e rastrear pistas no terreno é uma das ferramentas que tem se mostrado eficiente na recuperação de provas. Segundo Newcomer, esses métodos são crucial para desmantelar redes criminosas sofisticadas que traficam produtos como marfim, escamas de pangolim e chifres de rinoceronte.

Casos Impactantes e o Trabalho de Percepção

Investigação de Extinção e Tragédias Animais

Em 2010, Newcomer trabalhou na investigação do último rinoceronte javanês na Vietnam, que foi baleado e teve o chifre removido. Utilizando cães farejadores, sinais de tiros e análise do ambiente, conseguiu-se comprovar que o animal morreu ao tentar escapar. Um episódio que revela a crueldade por trás do tráfico de espécies em extinção.

Resiliência e Desafios Emocionais

Para lidar com esses momentos traumáticos, o policial afirma que é preciso se “desensibilizar” e focar na missão de preservar. “Acreditamos que uma ação maior está sendo feita, e que os criminosos serão responsabilizados”, disse. Sua experiência mostra que a investigação, muitas vezes, exige infiltrações e operações clandestinas altamente elaboradas.

Operações de Infiltração e o Combate ao Tráfico

Jeff Babauta, ex-oficial da Flórida, trabalhou disfarçado como criador ilegal de crocodilos, levantando provas de traficantes que burlavam licenças e regras sanitárias. “Se esse ciclo violento continuar, voltaremos a colocar espécies na lista de ameaçadas”, alertou. A operação durou anos e evitou que espécies, como o jacaré, voltassem ao risco de extinção.

Educação e Conscientização como Aliados

Newcomer reforça a importância de informar o público. “Muita gente compra produtos de origem ilegal, como conchas de tartaruga, achando que é algo comum. Essas ações contribuem para a extinção de espécies”, alertou.

Recentemente, casos de flagrantes envolvendo colecionadores amadores também foram resolvidos com investigações que envolvem perguntas detalhadas sobre a origem das espécies, como narrado por autoridades da Califórnia. Essas ações culminaram em penas de apreensão, multas e programas de reabilitação.

Perspectivas para o Futuro na Conservação

Com o avanço das técnicas investigativas e a conscientização crescente, especialistas acreditam que será possível reduzir significativamente o tráfico de animais e proteger espécies ameaçadas. O uso de tecnologia avançada, aliado à legislação rigorosa, emerge como estratégia central neste combate global.

Ed Newcomer finaliza ressaltando a importância do envolvimento de todos na causa: “Não compre produtos ilegais. A conscientização é fundamental para impedir que espécies desapareçam do planeta.”

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