Brasil, 4 de outubro de 2025
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STF mantém senador Sergio Moro réu em ação por calúnia

A Primeira Turma do STF confirma denúncia contra o senador Sergio Moro por calúnia contra Gilmar Mendes, com votação marcada para 10 de outubro.

No último sábado, 4 de outubro, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) consolidou a decisão que mantém o senador Sergio Moro, do União Brasil, como réu em uma ação penal por calúnia, supostamente cometida contra o decano Gilmar Mendes. O voto do ministro Flávio Dino assegurou a maioria necessária para a continuidade do processo contra o parlamentar, envolvendo declarações feitas em um vídeo onde Moro insinuou a prática de corrupção por parte de Mendes.

Contexto da Decisão do STF

A análise dos embargos de declaração apresentados por Moro teve início na sexta-feira, 3 de outubro, em sessão virtual da Primeira Turma. A relatora do caso, ministra Cármen Lúcia, abriu os votos ao decidir pela rejeição dos embargos, afirmando que não havia omissão que justificasse a revisão da decisão. Alexandre de Moraes seguiu a relatora, resultando em três votos a favor de manter a denúncia contra Moro. Os ministros Cristiano Zanin e Luiz Fux têm até 10 de outubro para se manifestar sobre o caso.

A natureza das acusações

De acordo com a denúncia protocolada pelo Ministério Público Federal (MPF), a situação remonta ao dia 14 de abril de 2023, quando Moro afirmou, em um vídeo, que Gilmar Mendes estaria envolvido na “venda” de habeas corpus. Essa declaração foi interpretada como uma acusação grave de corrupção passiva. Cármen Lúcia considerou que as declarações foram relevantes, dadas diante de uma plateia e com plena consciência de que estavam sendo registradas, não podendo ser justificadas como uma mera brincadeira.

Na denúncia, a Procuradoria-Geral da República (PGR) relatará que Moro insinuou de forma deliberada que o ministro “vende habeas corpus”, comprometendo a integridade do Poder Judiciário. Para a PGR, o senador não apenas se manifestou de forma leviana, mas agiu com o intuito de caluniar, assim desmerecendo a honra do magistrado.

A defesa de Sergio Moro

Em sua defesa, Moro argumenta que a acusação carece de fundamentos e que suas palavras foram proferidas em um tom humorístico durante uma festa junina antes de sua função legislativa. Ele também afirma que o vídeo, que foi amplamente utilizado como prova, foi editado, prejudicando o contexto de suas declarações.

Além disso, o senador destacou que já se retratou publicamente e vê isso como uma razão legítima para extinguir sua punibilidade. Ao questionar a competência do STF para julgar o caso, Moro alega que os fatos não se relacionam diretamente ao seu mandato agora como parlamentar.

Próximos passos no caso

Com a decisão da Primeira Turma indicando que a denúncia prosseguirá, observa-se que a continuidade do processo pode ter repercussões significativas no cenário político brasileiro, especialmente considerando a reação e a postura do senador perante as acusações. A expectativa agora recai sobre os votos restantes que serão proferidos pelos ministros Zanin e Fux, que têm até o dia 10 de outubro para se manifestar.

Enquanto isso, a repercussão política e a opinião pública seguem atentas às possíveis implicações que a decisão final pode trazer, tanto para o senador quanto para o Supremo Tribunal Federal. A situação emana discussões sobre a liberdade de expressão e os limites das críticas em um ambiente democrático, onde figuras públicas frequentemente desafiam a linha tênue entre o discurso político e as acusações de crimes graves.

Por fim, o desdobramento deste caso, aliado a outros ocorrendo no contexto do sistema judiciário brasileiro, reforça a importância de uma análise criteriosa das declarações feitas por autoridades e as consequências legais que podem emergir de tais ações.

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