Brasil, 4 de outubro de 2025
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Crise no Santos Dumont reacende discussão sobre privatização do aeroporto

Vazamento de óleo fechou o Santos Dumont por 12 horas, levantando debates sobre a operação do terminal e a possibilidade de concessão à iniciativa privada

Nesta terça-feira, o Aeroporto Santos Dumont enfrentou um caos operacional ao ficar fechado por 12 horas devido a um vazamento de óleo na pista, que causou mais de 160 voos cancelados e um impacto significativo na malha aérea do Rio de Janeiro. A situação levantou questionamentos sobre a gestão do terminal, controlado pela Infraero, que atualmente não contempla a privatização, ao contrário do que especialistas e setores do setor aéreo defendem.

Impactos do incidente e o debate sobre o futuro do Santos Dumont

A crise no Santos Dumont expôs vulnerabilidades na operação do aeroporto, considerado uma “joia da coroa” da estatal Infraero. Segundo o presidente da Latam, Jerome Cadier, a falta de comunicação da estatal agravou a resposta ao vazamento, criando uma sensação de insegurança e indignação entre passageiros e companhias aéreas, que tiveram de reprogramar suas rotinas ao longo do dia.

Repercussões econômicas e estratégias oficiais

De acordo com a Infraero, a estatal adotou procedimentos rápidos para minimizar o prejuízo operacional, que totalizou R$ 228,8 milhões em 2024 — uma queda em relação ao lucro de R$ 490 milhões obtido no ano anterior. A operadora afirmou que, apesar do incidente, há esforços na reestruturação financeira, incluindo modernização e otimização de custos, para garantir a sustentabilidade de ativos como o Santos Dumont.

Concessão e privatização: perspectivas e controvérsias

Durante a assinatura do contrato de concessão do Galeão, na semana passada, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, descartou a privatização do Santos Dumont. Segundo ele, “não está ainda no radar do governo fazer uma concessão do Santos Dumont”.

Entretanto, especialistas como Alessandro de Oliveira, do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), defendem a privatização do aeroporto. “Se o Santos Dumont for restrito, a Infraero perde sustentabilidade. A privatização é o caminho mais eficiente”, avalia.

Operação coordenada e retomada do fluxo de passageiros

Desde o ano passado, o Santos Dumont passou a operar com uma limitação de 6,5 milhões de passageiros anuais para retomar o movimento, sob um modelo coordenado com o Galeão, que viu seu fluxo subir de 4,8 milhões em 2023 para uma expectativa acima de 18 milhões neste ano. Com a revisão do contrato de concessão do Galeão, a expectativa é de maior flexibilidade e aumento da demanda também no Santos Dumont.

Dados do período de janeiro a agosto indicam queda no movimento do Santos Dumont, que passou de quarto maior do país com 11,2 milhões de passageiros em 2023, para a 10ª posição, com 3,9 milhões neste ano. O aeroporto, no entanto, mantém centralidade na ponte aérea Rio-São Paulo, rota de alta demanda nacional.

Pontos de reflexão e posicionamentos

Para o especialista do ITA, Claudio Frischtak, a existência de uma gestão eficiente para o Santos Dumont dependeria da privatização. “A transparência e estudos de viabilidade são essenciais para decidir o melhor caminho”, afirma. Já o coordenador do Comitê de Regulação de Infraestrutura Aeroportuária da FGV Direito Rio, Fernando Villela, aponta uma questão mais política: “O papel do estado é atuar onde não há interesse privado, especialmente na infraestrutura regional.”

Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), é obrigatória a manutenção de sistemas eficazes de informação em caso de acidentes ou ocorrências. A Infraero assegurou ter agido com rapidez e de forma regulada para restabelecer a operação após o vazamento.

Desafios e recomendações

Passageiros e analistas continuam atentos à necessidade de aprimoramento na transparência e eficiência na gestão do Santos Dumont. A discussão sobre sua privatização, impulsionada por problemas recentes, pode ser uma oportunidade para reformular o modelo de operação do aeroporto, potencialmente ampliando sua eficiência e sustentabilidade futura.

Para mais detalhes sobre o episódio, acesse o texto completo.

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