Durante o CrimeCon, pesquisadores revelaram como métodos de investigação forense são aplicados na luta contra o tráfico de animais ameaçados, salvando espécies do risco de extinção.
Investigação forense na preservação da biodiversidade
Investigações de crimes contra a fauna, lideradas por agentes como Ed Newcomer, envolvem técnicas de CSI para desvendar mortes ilegais e tráfico de espécies ameaçadas. Segundo Newcomer, o trabalho inclui o uso de cães farejadores, análise de terrenos e exames forenses para comprovar mortes por tiros ou maus-tratos.
Em um caso emblemático, realizado em 2010 no Vietnã, Newcomer ajudou a descobrir a morte do último rinoceronte-de-Java na região. A análise revelou que o animal foi baleado enquanto tentava fugir, e seu chifre foi removido — um ato que aproximou o episódio da extinção da espécie.
Lutando contra o tráfico ilegal e o comércio cruel
De acordo com a INTERPOL, o tráfico de animais é uma das atividades criminosas mais lucrativas do mundo, chegando a movimentar até US$ 20 bilhões por ano. Traficantes tratam animais como mercadoria, ignorando seu sofrimento. Newcomer destaca que, muitas vezes, traficantes justificam suas ações alegando estar ajudando os animais, porém, eles agem motivados pelo lucro.
Casos de tortura e morte de espécies ameaçadas
Animais como papagaios, rinocerontes, elefantes e pangolins frequentemente sofrem maus-tratos. No caso do rinoceronte vietnamita, por exemplo, o exemplar foi morto após uma operação de investigação, que revelou o grave impacto da caça ilegal na sobrevivência de espécies.
Operações de infiltração e o desafio de provar ilegalidade
Para desmantelar redes criminosas, agentes como Newcomer realizam operações de infiltração, levantando evidências de comércio ilegal, uso de permissões falsificadas e lavagem de dinheiro. Como advogado licenciado, Newcomer explica que a investigação exige provas de conhecimento e intenção ilícita por parte dos traficantes.
Casos de caça e tráfico em solo americano
Em episódios recentes, pets ilegais, como carcaças de tartarugas marinhas, foram apreendidos por policiais estaduais ao descobrir pessoas traficando espécies protegidas. Um casal na Califórnia foi surpreendido conversando sobre um crânio de tartaruga ameaçada e trocando informações sobre a caça de focas e outros animais protegidos, resultando em punições e processos judiciais.
Engajando a sociedade na conservação
Newcomer, que também é promotor e atua na avaliação de leis ambientais, enfatiza a importância da educação pública para combater o tráfico. “Não compre produtos de espécies ameaçadas, você está contribuindo para sua extinção”, alerta.
Com o aumento das investigações por todo o mundo, a integração de técnicas semelhantes às do CSI na proteção animal mostra que a caça e o tráfico podem e devem ser combatidos com investigações precisas e estratégias inovadoras. O esforço conjunto de autoridades e da sociedade é fundamental para garantir um futuro mais seguro às espécies ameaçadas.