A cúpula organizada pela Villanova University, que ocorreu entre 1° e 3 de outubro, trouxe à tona assuntos críticos relacionados às migrações e deslocamentos forçados, reunindo mais de 250 participantes de mais de 40 países. O evento, intitulado “Migrantes e refugiados na nossa casa comum”, teve como principal objetivo construir um plano de ação global que fortaleça a resposta institucional a esses desafios contemporâneos.
Novas iniciativas para apoiar migrantes
Durante a coletiva de imprensa que marcou o encerramento da cúpula, Michele Pistone, fundadora e diretora do Instituto Madre Cabrini sobre Imigração, destacou a importância de criar uma “infraestrutura de apoio” que permita desenvolver parcerias entre universidades, ONGs e comunidades. A ideia é não apenas ampliar o acesso à educação para aqueles que fugiram de seus países, mas também promover mudanças institucionais que garantam um futuro mais inclusivo para migrantes e refugiados.
“Agora será necessário planejar uma ação sistêmica, baseada em valores compartilhados e responsabilidade moral”, afirmou Pistone. Essa visão se reflete em projetos que visam atender às necessidades específicas de grupos migratórios, como o acesso à educação e integração social. A cúpula culminou em uma série de propostas concretas, incluindo a implementação de alianças estratégicas com a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), que se dedica ao atendimento das demandas globais referentes ao tema das migrações.
Construindo solidariedade global
Os participantes da cúpula colaboraram intensamente por meio de sessões plenárias, grupos de trabalho e apresentações, discutindo formas de criar uma solidariedade global duradoura. Lana Cook, vice-diretora do MIT Systems Awareness Lab, enfatizou a necessidade de um trabalho conjunto que permita “aumentar a capacidade coletiva de ativar parcerias multissetoriais”. Cook também mencionou que a transformação das práticas comuns de ensino superior será fundamental para ampliar o acesso e as oportunidades para muitas comunidades de migrantes e refugiados.
“Queremos transformar alguns modelos e estruturas do ensino superior. Isso pode ser feito através da identificação de lacunas críticas e do início de novas iniciativas que ajudem efetivamente aqueles que necessitam de apoio”, completou Cook.
Guias para instituições de ensino
O encontro deixou claro que o ensino superior pode e deve ser um motor de mudança sistêmica compassiva. A partir dos resultados da cúpula, comportando esboços preliminares dos Planos de Ação Globais, as instituições de ensino de todo o mundo terão a oportunidade de garantir que suas respostas à migração sejam justas, inclusivas e sustentáveis. Esta proposta está intimamente alinhada com o Jubileu dos Migrantes, que visa fomentar a solidariedade e responsabilidade compartilhada entre as nações.
Estudos e planos futuros indicarão como as universidades podem atuar de forma a transformar não apenas suas instituições, mas também a sociedade como um todo, enfrentando as causas estruturais das migrações e promovendo um acolhimento mais humano e efetivo aos refugiados e migrantes.
A cúpula da Villanova University é um exemplo de como a colaboração entre universidades, ONGs e comunidades pode gerar uma rede de apoio que supera fronteiras e culturas, promovendo um futuro em que a dignidade de cada ser humano seja respeitada e garantida. Esse é um chamado à ação para todos os setores da sociedade, unindo esforços em favor de uma causa que exige atenção e compromisso de todos nós.