Brasil, 4 de outubro de 2025
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Médica do DF é vítima de stalking há mais de 4 anos

Laura Campos, psiquiatra do DF, relata perseguição de ex-paciente e a frustração com a Justiça.

Em um relato preocupante, Laura Campos, uma médica psiquiatra de 34 anos, vem enfrentando uma situação angustiante de stalking por parte de um ex-paciente. A história, que se estende por mais de quatro anos, tem atraído a atenção da população e levantado questões sobre a eficácia das medidas protetivas e a proteção legal contra esse tipo de crime. Em entrevista ao g1, Laura expressou sua frustração, afirmando que “perdeu a esperança na Justiça”.

A jornada de Laura

Laura começou a relatar sua experiência nas redes sociais, onde um vídeo que detalha sua situação já ultrapassou 1 milhão de visualizações no TikTok. O início do assédio ocorreu após duas consultas que o homem teve com ela em 2019. Em abril de 2021, ele começou a segui-la no Instagram, inicialmente de forma inofensiva, mas a situação rapidamente escalou.

“Ele começou a me mandar mensagens preocupantes, como ‘não precisa ter medo de mim’”, relembra Laura. Diante disso, ela decidiu bloquear o perfil dele, mas a ação teve pouco efeito. Um mês depois, o homem apareceu na clínica onde Laura trabalhava e se identificou como o usuário que ela havia bloqueado.

A escalada do stalking

Após esse encontro, a vida de Laura mudou drasticamente. A médico relata que, apesar de ter solicitado que a segurança do prédio impedisse a entrada do stalker, ele continuou a aparecer frequentemente. “A partir dali, minha vida virou um inferno,” compartilha Laura, relatando que as mensagens recebidas ora eram amorosas, ora ameaçadoras.

A luta judicial

Laura denunciou o assédio à polícia e solicitou proteção judicial. Embora as medidas protetivas tenham sido concedidas, elas não foram respeitadas pelo homem, que acabou sendo classificado como inimputável devido a transtornos psíquicos. Essa classificação significa que ele não pode ser responsabilizado criminalmente pelas suas ações.

“Eu contratei um advogado e entrei com um processo contra ele, mas foi em vão. Ele foi considerado inimputável após avaliação de um psiquiatra forense”, lamenta. A médica ainda trocou de local de trabalho e, por um período, passou a realizar atendimentos online, sempre com medo de ser abordada novamente pelo stalker.

As consequências do crime de stalking

O homem já foi internado judicialmente em duas ocasiões devido ao seu comportamento, mas após cada internação, logo retornou a procurar Laura. “O último contato dele foi em 8 de setembro. Ele tem esses momentos de delírio e tenta entrar em contato. Eu o bloqueei nas redes sociais e no WhatsApp, mas não no e-mail, pois isso me ajuda a monitorar seus surtos”, explica.

A situação de Laura revela as lacunas na legislação brasileira sobre stalking. A “Lei do stalking”, sancionada em 2021, tipifica o crime de perseguição e prevê punições. No entanto, a classificação de inimputável do stalker faz com que a aplicação da lei se torne ineficaz neste caso, resultando na sensação de impunidade para a vítima.

Reflexos e esperanças perdidas

“Eu perdi as esperanças na Justiça. Gastei muito dinheiro com advogado, mas após perceber que nada mudava, sinto que não há mais nada que possa ser feito”, desabafa Laura. O sentimento de desamparo é palpable, pois a Justiça parece não conseguir proteger quem sofreu com comportamentos predatórios, mesmo sabendo da situação.

Por fim, a história de Laura Campos destaca a necessidade urgente de discussões mais profundas sobre a proteção legal das vítimas de stalking e a implementação efetiva de medidas que garantam a segurança dela e de outros que possam estar enfrentando situações semelhantes. A resiliência de Laura em compartilhar sua experiência pode servir como um chamado à ação para que a sociedade e as autoridades voltem sua atenção para esse grave problema.

Para quem se encontra em uma situação similar ou busca informações sobre como proceder, é fundamental recorrer às plataformas e instituições que apoiam vítimas de violência e assédio, contribuindo para um ambiente mais seguro e respeitoso.

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