Brasil, 4 de outubro de 2025
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Jair Bolsonaro completa dois meses em prisão domiciliar

Ex-presidente articula anistia enquanto cumpre pena em Brasília.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) completa, neste sábado (4/10), dois meses de prisão domiciliar. Esta medida foi imposta pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após surgir em uma chamada de vídeo com o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), durante um ato político, o que vai contra as determinações cautelares estabelecidas em 18 de julho. A prisão faz parte de um inquérito que investiga suposta coação e também envolve o seu filho Eduardo, que se encontra autoexilado nos Estados Unidos.

Silêncio e articulação política

Nos últimos dois meses, Bolsonaro manteve-se em silêncio para o grande público, sem o acesso às redes sociais ou entrevistas. Entretanto, continua a se engajar em articulações políticas, recebendo aliados frequentemente em sua residência. O foco principal dessas discussões gira em torno da proposta de anistia para o ex-presidente e outros envolvidos nos atos de 8 de janeiro, além de preparativos para as eleições de 2026.

Entre os aliados que têm visitado Bolsonaro está Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, que é cogitado como possível substituto de Bolsonaro nas próximas eleições presidenciais. O ex-presidente cumpre sua pena em uma casa localizada no Condomínio Solar de Brasília, no Jardim Botânico. A residência é monitorada 24 horas por agentes da Polícia Penal do Distrito Federal, com checagens rigorosas nos veículos que saem do local.

Condenação e saúde do ex-presidente

No primeiro mês de prisão domiciliar, Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão pela Primeira Turma do STF. A condenação é relacionada a um esquema golpista que visar manter-se no poder após a derrota nas eleições de 2022. Sua equipe jurídica planeja recorrer à decisão, solicitando que a pena seja cumprida em sua residência devido a problemas de saúde que têm surgido ao longo desse período.

Durante as últimas semanas, Bolsonaro enfrentou uma série de complicações de saúde. No dia 16 de agosto, ele foi autorizado a sair para a realização de exames no Hospital DF Star, em Brasília, onde foram analisados sintomas de refluxo e crises de soluço. Em 14 de setembro, uma cirurgia foi realizada para remover lesões na pele, e exames confirmaram anemia por deficiência de ferro.

Poucos dias depois, em 16 de setembro, o ex-presidente foi hospitalizado novamente após episódios intensos de vômitos, soluços e queda de pressão. O senador Flávio Bolsonaro relatou que o pai chegou a ficar sem ar por quase 10 segundos, e um laudo médico confirmou a presença de carcinoma, um tipo comum de câncer de pele.

A deterioração da saúde de Bolsonaro, segundo seu filho mais velho, pode estar ligada ao estresse provocado pela vigilância incessante da polícia em sua casa. Nos dias subsequentes, o médico Cláudio Birolini foi novamente acionado após Bolsonaro apresentar novos episódios de soluço e vômitos.

Mobilizações de apoiadores

Desde o início da prisão domiciliar, apoiadores de Bolsonaro organizaram vigílias junto ao condomínio onde reside, com a presença de deputados, senadores e militantes. Os manifestantes se reuniam regularmente, entoando hinos e exibindo bandeiras, como a do Brasil, dos Estados Unidos e de Israel. Entretanto, a mobilização tem diminuído consideravelmente nas últimas semanas.

Debate sobre anistia no Congresso

No Congresso Nacional, o tema da anistia para Bolsonaro e seus aliados gerou divisões entre os parlamentares. Parte da oposição defende uma anistia ampla, enquanto o relator do projeto, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), propõe uma solução mais restrita, que tenha como objetivo a redução das penas. O relator se reuniu com lideranças do PL, reforçando a intenção de não abrir mão da anistia, apesar da resistência em torno do tema.

O clima político tenso em relação ao projeto de anistia pode indicar que não há consenso suficiente para um perdão total, e a expectativa é que a discussão se intensifique nos próximos dias, especialmente com a expectativa de que o projeto seja levado ao plenário até 7 de outubro.

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