O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) entrou com uma ação contra participantes e organizações que protagonizaram um protesto violento próximo a uma sinagoga em Nova Jersey, numa disputa que criminaliza ações de restrição ao acesso a locais de culto. A denúncia, divulgada nesta terça-feira (3), foca na utilização de ameaças, intimidações e agressões durante o evento religioso.
Protesto na sinagoga e alegações do DOJ
A ação foi movida sob a lei Face (Freedom of Access to Clinic Entrances), que pune ações que dificultam o acesso a locais de culto e de saúde. Segundo o documento, os manifestantes, vinculados ao Party for Socialism and Liberation New Jersey e aos American Muslims for Palestine New Jersey, desrespeitaram ordens policiais ao invadir a propriedade da Congregation Ohr Torah, enquanto gritavam e tocavam vuvuzelas.
De acordo com as alegações, os protestantes interromperam o memorial religioso de um rabino recentemente falecido, além de protestarem contra uma feira imobiliária que promoveu vendas de terras na Cisjordânia, território alvo de controvérsia internacional por sua ocupação israelense. Essa atividade gerou reações e protestos, que acabaram por deteriorar o clima de paz na comunidade.
Conflitos durante o evento religioso
Segundo o DOJ, alguns manifestantes entraram na sinagoga desrespeitando a presença policial, enquanto realizavam gritos e tocavam vuvuzelas para impedir o andamento dos rituais religiosos, como o sermão da Torá e músicas religiosas. Em uma das ações, dois manifestantes tiveram vuvuzelas na face de um organizador, que tentou se defender, levando a uma troca de agressões físicas em que um worshipper usou spray de pimenta e um outro utilizou uma lanterna contra a pessoa que atacava.
O processo relata que o worshipper conseguiu escapar após reagir à agressão e que a confusão resultou em uma série de ferimentos, incluindo uma cabeçada no chão por um manifestante. A ação denuncia uma quebra da ordem e da liberdade de culto na comunidade judaica local.
Reações e controvérsia
O procurador-geral Pamela Bondi afirmou que “nenhum americano deve ser vítima de assédio ou violência por exercer sua fé de forma pacífica”.Já o representante do DOJ, Harmeet K. Dhillon, destacou que a ação demonstra o compromisso do governo em proteger os direitos religiosos e punir quem viola leis federais de liberdade de culto.
Contudo, as acusações do governo contrastam com a versão de procuradores locais, que alegam que os manifestantes pró-Israel iniciaram a violência ao atacarem os participantes pró-Palestina, rompendo a ordem na comunidade. Segundo reportagem do North Jersey Media Group, os organizadores e apoiadores do evento enfrentaram várias acusações, incluindo agressões motivadas por preconceito racial e político.
Reações das partes envolvidas
O organizador da cerimônia e uma testemunha que reagiu à agressão negam as acusações do DOJ, alegando que agiram em legítima defesa e que as versões oficiais omitem detalhes importantes do ocorrido. A Muslim Legal Fund of America, representante do grupo American Muslims for Palestine, declarou que “não há qualquer alegação de violência por parte de seus integrantes” e que continuam defendendo o direito à manifestação pacífica.
O caso amplia o debate sobre o uso do FACE Act e a proteção de locais religiosos contra atos de violência e intimidação, sobretudo em tempos de crescente polarização mundial. As investigações ainda estão em andamento, e as autoridades prometem agir firmemente contra qualquer agressor que viole direitos fundamentais de liberdade religiosa.
Segundo especialistas em direito e direitos humanos, esse episódio reforça a necessidade de fortalecer as leis de proteção às casas de culto e promover o diálogo entre comunidades para evitar novos conflitos.
Fonte: Catholic News Agency