Brasil, 4 de outubro de 2025
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Lula sanciona lei que amplia prazo para deputados atingirem idade mínima

Nova lei pode beneficiar filho de Arthur Lira, candidatos ao Executivo seguem com exigência de idade na posse.

Na última sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou uma nova lei que modifica o prazo para que deputados e senadores atinjam a idade mínima exigida para a posse em seus cargos. Essa legislação, que passou pelo Congresso entre quarta e quinta-feira da mesma semana, pode beneficiar diretamente o filho do deputado federal Arthur Lira (PP-AL), que é cotado para concorrer a uma vaga na Câmara em 2026.

Detalhes da nova regulamentação

A sanção foi publicada no Diário Oficial e altera o modelo vigente até então, que considerava a idade necessária a partir da data de posse. Com a nova regra, os parlamentares terão um prazo de até 90 dias, a contar da eleição da respectiva Mesa Diretora, para completarem a idade exigida para o exercício do cargo. Por outro lado, a exigência para candidatos ao Executivo permanece inalterada, ou seja, ainda é necessário ter a idade mínima no dia da posse.

Justificativa para a mudança

A mudança foi proposta com o objetivo de “uniformizar” as regras existentes, que variavam em diferentes legislações das Casas Legislativas do Brasil. A articulação para a modificação foi uma ação conjunta de lideranças do Senado e da Câmara, ocorrendo em paralelo a discussões sobre a isenção do Imposto de Renda, uma das bandeiras que o governo Lula tem promovido.

O caso de Alvinho Lira

O filho de Arthur Lira, conhecido como “Alvinho”, completará 21 anos em março de 2027, que é a idade mínima exigida para assumir um cargo de deputado federal. Com a nova lei, o prazo para que ele atinja essa idade é estendido para o final de abril, o que pode permitir sua candidatura sem que ele precise atender ao cronograma anterior.

Tramitação acelerada do projeto

A inclusão da nova regra de idade mínima para posse aconteceu de maneira rápida e foi feita por meio de um dispositivo inserido em um projeto de outra temática, prática comumente chamada de “jabuti”. O projeto original, que discutia a produção de panfletos em braile em campanhas eleitorais, foi ajustado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, onde o senador Eduardo Braga (MDB-AM), aliado do governo, apresentou uma emenda que visava incluir a nova regra.

Durante a análise, realizada numa sessão na qual Braga estava ausente, o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) assumiu a relatoria do texto. O projeto recebeu aprovação rápida na CCJ e, em seguida, foi votado e aprovado no plenário do Senado antes de ser enviado à Câmara, onde teve um trâmite igualmente acelerado, propondo urgência na votação.

Implicações da nova legislação

A modificação da legislação visa garantir que a vontade do eleitorado não seja frustrada por disputas de formalidades, assegurando um tratamento mais claro e uniforme entre os candidatos. O senador Braga argumentou que com essa disposição legal, será possível evitar soluções casuísticas e reforçar a eficácia dos direitos políticos, uma vez que a legislação anterior apresentava diversas interpretações.

Por outro lado, a sanção rápida da nova lei é vista com resalvas por alguns analistas, uma vez que essa tática pode criar precedentes questionáveis. O senador Veneziano, quando procurado, afirmou que a celeridade na aprovação é uma estratégia necessária para assegurar que as novas normas já estejam em vigor para as eleições de 2026.

Críticas sobre o processo

Críticos da legislação argumentam que a rapidez da tramitação e a prática do “jabuti” podem enfraquecer o processo legislativo, levando a mudanças que não foram suficientemente discutidas. A aprovação em um único dia, com um tema que impacta diretamente a elegibilidade de candidatos, levanta questões sobre a transparência e a intenção desses ajustes.

Além disso, não há garantias de que a legislação vá ser aplicada de maneira justa, especialmente para aqueles que, na palma da mão, podem ser beneficiados por mudanças que favorecem interesses de grupos políticos específicos. A matéria segue dando o que falar, enquanto a aprovação do Imposto de Renda convive com essa nova abordagem na política brasileira.

O debate sobre as mudanças nas leis eleitorais continua acalorado, e muitos estão atentos às implicações que essa nova regra pode ter para as eleições futuras que se aproximam.

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