O presidente da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel, Flávio da Silva Santos, conhecido como Pepé ou Flávio da Mocidade, foi preso nesta sexta-feira (3/10) durante uma operação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) contra a chamada “nova cúpula do jogo do bicho”. A ação é parte de um esforço contínuo das autoridades para desmantelar organizações criminosas ligadas à exploração de jogos de azar no estado.
A operação do MPRJ e suas implicações
A operação foi deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que denunciou tanto Flávio da Mocidade quanto o contraventor Rogério de Andrade, por organização criminosa voltada à exploração de jogos de azar. Rogério, um dos integrantes mais conhecidos do cenário do jogo do bicho, já possui um histórico criminal extenso e, segundo as investigações, estaria no comando de atividades ilícitas no Rio de Janeiro.
Os promotores do Gaeco solicitaram que Rogério permaneça em um presídio federal, um pedido já acolhido pela Justiça. Ele atualmente está custodiado em Campo Grande (MS), após ter deixado a Penitenciária de Segurança Máxima Laércio Pellegrino (Bangu 1) devido à sua alta periculosidade. O Ministério Público também pediu a transferência de Flávio para o sistema prisional federal, evidenciando a seriedade das acusações contra ambos.
Busca e apreensão
A operação desta sexta-feira também cumpriu mandados de busca e apreensão contra Vinicius Drumond, que é apontado como aliado dos denunciados e membro da nova cúpula do jogo do bicho. Mandados foram expedidos em diferentes endereços da capital fluminense, incluindo a quadra da escola de samba Imperatriz Leopoldinense e um haras localizado em Cachoeiras de Macacu (RJ).
Investigações em andamento
As investigações, que tiveram início em 2014, apontam que Rogério de Andrade e Flávio da Mocidade lideravam a principal organização criminosa envolvida com a exploração de jogos de azar no estado do Rio. As apurações indicam que ambos não apenas comandavam a gestão de pontos de jogo, mas também se envolveram em disputas violentas com facções rivais. Um dos casos mais notoramente atribuídos a Rogério foi o assassinato de Fernando Iggnácio, rivais em disputas de poder dentro do cenário do jogo do bicho.
A denúncia também destaca a corrupção sistemática de forças policiais, com o pagamento de propina a unidades das Polícias Civil e Militar, indicando a profundidade da infiltração do crime organizado nas instituições estaduais. Esse cenário de corrupção é uma preocupação crescente entre as autoridades e a sociedade civil, que compartilham a expectativa de que ações mais rigorosas sejam tomadas para combater tais práticas.
Colaboração entre agências
A operação do MPRJ contou com o apoio da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE) e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Essa colaboração destaca a importância do esforço conjunto entre diferentes órgãos no combate a organizações criminosas que têm raízes profundas no tecido social e econômico do Rio de Janeiro.
O caso de Flávio da Mocidade não só coloca em evidência a ligação entre o mundo do samba e as atividades do crime organizado, mas também serve como um lembrete da necessidade de continuas investigações e intervenções por parte das autoridades. A prisão de tão influente figura como Pepé pode ser um passo significativo na luta contra a exploração de jogos de azar e suas consequências devastadoras para a sociedade.
À medida que o MPRJ avança nas investigações, a expectativa é de que mais desdobramentos ocorram, não apenas em relação a Flávio da Mocidade, mas também quanto a outros envolvidos, reforçando o compromisso das autoridades em erradicar a corrupção e o crime organizado em todas as suas formas.
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