Na manhã seguinte ao assassinato do ativista cristão Charlie Kirk, o renomado escultor católico Timothy Schmalz iniciou uma obra inédita, representando Jesus consolando o político, com a ferida na garganta coberta por sua mão perfurada. A escultura nasceu de uma reflexão pessoal sobre a violência e o desejo de dignidade em um momento de dor.
A criação como oração e manifestação de esperança
Segundo Schmalz, ao descobrir o crime, se sentiu profundamente impactado e, às 4h da manhã, deu início à escultura como uma forma de oração. “Enquanto trabalhava, ouvia uma gravação do Antigo Testamento e a voz de Charlie debatendo, tentando entender essa tragédia”, contou à CNA.
Ao moldar o rosto de Jesus, o artista inicialmente visualizou uma expressão de fúria, refletindo sua própria indignação diante do ato violento. “A violência contra Charlie foi uma agressão às discussões democráticas e à dignidade humana”, afirmou. “Queria transmitir que, mesmo diante do mal, há esperança de transformação.”
Um símbolo de misericórdia diante do ódio
Schmalz destacou a importância de humanizar a vítima diante da banalização da violência nas redes sociais e no discurso público. “A cada visualização, a brutalidade parece mais animalística, algo que precisa ser combatido com algo mais nobre: a dignidade da vida humana”, afirmou.
À medida que trabalhava na escultura, a face de Jesus passou de uma expressão de ira para uma de compaixão. “Espero que essa mudança inspire nossa sociedade a abandonar o rancor e buscar a misericórdia”, disse.
Engajamento cultural e jovens
Para Schmalz, sua obra é uma forma de combater o niilismo cultural, promovendo uma visão de esperança e valor à vida. “Se estamos em uma guerra cultural, devemos enfrentá-la com arte, com cultura”, declarou.
O escultor contou ainda que, após a morte de Kirk, sua filha de 16 anos passou a debater questões como aborto, incentivada pelo exemplo do ativista. “Foi a primeira conversa profunda que tive com ela sobre temas essenciais”, afirmou.
Técnica e futura exibição
Após uma reunião na Universidade Ave Maria, na Flórida, o presidente da instituição, Mark Middendorf, decidiu que a escultura, que ainda está em fase inicial, seria instalada no campus. “Ela representa um testemunho de coragem e fé de Charlie”, afirmou Middendorf, que acredita na mensagem de esperança e diálogo promovida pela obra.
O monumento será a primeira réplica de uma série de esculturas de Schmalz, que também criou obras conhecidas como “Anjos Desconhecidos” e “Jesus sem-teto”, espalhadas por diversos locais do mundo. Sua abordagem artística busca evangelizar e promover uma cultura de paz através da beleza e da verdade.
Arte como evangelização e projeto futuro
Schmalz vê sua arte como uma oração e uma ferramenta de evangelização, especialmente em tempos de crise social e espiritual. Recentemente, apresentou ao Papa Leo XIV um projeto inspirado na mensagem de paz, intitulado “Paz Seja Convosco”.
Seus trabalhos incluem esculturas que representam a maternidade, a misericórdia e a proteção da vida, como a “Virgem Maria grávida”. Com obras espalhadas por diversos países, ele acredita no potencial da arte para transformar corações e estimular uma cultura de paz e misericórdia.
A instalação na Ave Maria University será um tributo duradouro ao testemunho de Charlie Kirk e um convite à reflexão sobre o valor da vida, a coragem e a fé no contexto da polarização atual.