O Brasil enfrenta uma crise de saúde pública devido à intoxicação por metanol em bebidas adulteradas, levando o governo a buscar auxílio internacional para adquirir um antídoto eficaz contra o envenenamento. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, confirmou que pelo menos 13 países foram acionados para colaborar nos esforços.
Entendendo a intoxicação por metanol
Os primeiros casos de intoxicação por metanol, presente em bebidas adulteradas, emergiram no último fim de semana, gerando preocupação nas autoridades de saúde. Até agora, o Ministério da Saúde confirmou 59 casos suspeitos, com 11 deles já sendo oficialmente confirmados. Lamentavelmente, uma morte devido ao envenenamento por metanol foi registrada em São Paulo, e outras sete mortes estão sob investigação.
Diante dessa situação alarmante, Padilha recomenda que a população evite o consumo de bebidas destiladas, que foram as mais afetadas pelas adulterações. Essa orientação visa proteger a saúde pública e diminuir o número de casos e internações.
A busca internacional por antídotos
Durante uma coletiva de imprensa em Brasília, o ministro da Saúde revelou que o Brasil já se comunicou com cerca de 10 agências reguladoras internacionais semelhantes à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O objetivo é identificar produtores de fomepizol, um antídoto específico para intoxicações por metanol. O medicamento não é fabricado no Brasil, o que torna necessária sua importação.
Além disso, Padilha mencionou que o Ministério da Saúde entrou em contato com três empresas que produzem o antídoto: a Zydus, da Índia; a American Regent, dos EUA; e a United Health, localizada em Lisboa, Portugal.
“Acionamos quem têm capacidade de produzir, acionamos os nossos contatos que já sinalizaram que têm capacidade de oferta, para termos um estoque estratégico [de fomepizol] aqui em nosso país”, afirmou Padilha.
Organização Pan-Americana de Saúde no combate ao surto
O governo brasileiro também recorreu à Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) para solicitar a doação imediata de 100 tratamentos de fomepizol e expressar a intenção de adquirir mais mil unidades do medicamento. Essa estratégia visa garantir um estoque de emergência para lidar com a crise atual.
Respondendo a questionamentos sobre a possibilidade de um aumento no número de casos, Padilha destacou que as solicitações de ajuda são uma medida de precaução, reforçando o compromisso do governo em proteger a saúde da população.
Estoques de etanol farmacêutico
Em paralelo às medidas de busca por fomepizol, Padilha atualizou a situação do Brasil em relação aos estoques de etanol farmacêutico, que atua como um contraveneno para intoxicações por metanol. O ministério já estruturou um estoque de 4,3 mil ampolas do medicamento em hospitais universitários federais.
Adicionalmente, o governo anunciou a compra emergencial de 150 mil ampolas de etanol farmacêutico, que é produzido em pelo menos 604 farmácias de manipulação no país, segundo o mapeamento da Anvisa.
A situação crítica, provocada pela adulteração de bebidas com metanol, demanda agilidade e colaboração internacional. As ações tomadas pelo governo buscam não apenas mitigar os efeitos imediatos da crise, mas também estabelecer um sistema de prevenção para futuros incidentes semelhantes.
Com um panorama de saúde pública complexo, as autoridades brasileiras continuam a trabalhar intensamente para proteger a população e garantir que as medidas necessárias sejam tomadas de maneira eficaz e célere.
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