Brasil, 3 de outubro de 2025
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Impacto nos bares de SP após casos de intoxicação por metanol

Há uma mudança no consumo em bares de São Paulo após casos de intoxicação por metanol, revelando crescentes preocupações entre os clientes.

Recentes casos de intoxicação por metanol têm causado uma onda de preocupação em bares de São Paulo, levando a mudanças significativas no comportamento dos consumidores. Em um levantamento realizado por nossa equipe na região da Avenida Luiz Carlos Berrini, Itaim Bibi e Pinheiros, foi possível observar que muitos estabelecimentos enfrentam mesas vazias e uma queda acentuada na venda de destilados.

Bares relatam queda no movimento

Na última quinta-feira (2), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou que o Brasil registrou 59 notificações de intoxicação relacionadas ao metanol, com 11 casos confirmados por testes laboratoriais. Essa notícia gerou uma onda de cautela que rapidamente se espalhou entre os frequentadores de bares e restaurantes.

Fábio, um garçom que trabalha há uma década no Amarelinho das Batidas, afirmou que a desaceleração no movimento é palpável: “Aqui mesmo era para estar cheio. O movimento está em menos da metade do normal, pior até do que durante a pandemia.” Para ele, a preferência dos clientes mudou, com muitos optando por cervejas em vez de drinques.

O impacto não se limita ao Amarelinho. Clubes da cidade também suspenderam a venda de bebidas destiladas, refletindo a incerteza no setor. Em um clima de apreensão, um cliente, que preferiu se manter anônimo, sintetizou a atual preocupação: “Caipirinha não dá mais para beber. Tem que estar sempre alerta como um escoteiro.”

A mudança no consumo

Em outros estabelecimentos, o reflexo do temor é semelhante. No Carambolas, o proprietário Fernando Souza Lemos notou que a preocupação dos clientes aumentou: “As pessoas estão questionando muito a procedência das bebidas. Decidimos guardar os comprovantes e notas fiscais para maior transparência.” O Boteco São Bento também relatou um aumento na procura por cervejas e chopes, enquanto as vendas de destilados diminuíram.

Na Berrini, o gerente do Caires, observou que a preferência dos clientes se voltou para as cervejas: “As bebidas quentes têm saído menos.” O Tatu Bola tomou uma decisão radical de suspender temporariamente a venda de destilados, o que resultou em uma queda significativa nas receitas. “Sentimos a perda no orçamento imediatamente,” comentou o gerente Willams Nascimento.

Preocupação e cautela dos clientes

No Pinheiros, funcionários do Baixo Bar mencionaram que a movimentação não caiu drasticamente, mas a escolha pelos clientes se alterou. No Piticos, a venda de destilados foi suspensa para evitar riscos, mesmo com as distribuidoras operando normalmente. “Estamos servindo apenas cerveja e vinhos por enquanto,” afirmou o atendente César.

A tensão também está presente entre os clientes. Letícia, uma especialista em finanças, admitiu que geralmente opta por drinques, mas, após ter uma experiência assustadora ao consumir uma caipirinha, decidiu se resguardar com uma cerveja. “Na última sexta-feira, fiquei com medo após beber uma caipirinha em Barueri,” revelou.

Com a ênfase no bem-estar e na segurança dos consumidores, muitos bares em São Paulo agora buscam adaptar suas operações para garantir que a confiança dos clientes seja restaurada. A espera por um retorno ao normal está sendo acompanhada de perto, enquanto a vigilância sobre a procedência das bebidas se intensifica. O futuro do setor, marcado pelo recente medo de intoxicação, é incerto, mas a resiliência dos empresários e a adaptação das preferências dos consumidores continuam a moldar a cena noturna da cidade.

Assim, os bares, que historicamente foram locais de socialização, estão enfrentando um novo capítulo, onde a segurança e a saúde dos frequentadores passam a ser a prioridade. O impacto econômico é palpável, mas a responsabilidade em garantir uma experiência segura se torna a prioridade máxima, até que se restabeleça a confiança no consumo de bebidas destiladas.

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