Em entrevista exclusiva, Cassandra Peterson, criadora e intérprete de Elvira, Mistress of the Dark, revelou os obstáculos enfrentados para garantir uma das cenas mais marcantes de seu longa-metragem. A produção, que completa mais de 40 anos, continua a ser um ícone cult, e a atriz relembrou detalhes curiosos dos bastidores, incluindo uma disputa que quase impediu uma cena que ela considera fundamental.
“Lutei como um desgraçado para colocar aquela cena no filme”
Peterson revelou que precisou batalhar intensamente para inserir a cena de palheta de fita de tassel, na qual sua personagem faz uma apresentação vibrante ao final do filme. Ela contou que, na época, os produtores não estavam dispostos a gastar mais dinheiro com essa sequência. “Eles não queriam, por vários motivos, incluindo o custo da produção, a necessidade de uma equipe de dublês e a construção do cenário de Vegas”, explicou.
Apesar de estar doente com uma febre de 39 graus na data da gravação, Cassandra insistiu e conseguiu convencer a equipe. “Estava com uma gripe terrível, mas achei que se eu não fizesse aquela cena, o filme não faria sentido. Então, eu lutei como uma brava para que ela entrasse”, revelou, sorrindo. “No final das contas, acho que é uma das minhas cenas favoritas, mesmo quase morrendo de cansaço.”
Desafios nos bastidores e momentos marcantes
A atriz também comentou sobre os bastidores do filme, como a inclusão do personagem Gonk, seu cão que, ao contrário do que muitos pensam, não era muito amigável. “Ele era um cão inteligente, mas bastante rabugento. Tinha um jeito único de fazer suas escolhas — e quando mordia alguém, era de verdade”, contou. “Certa vez, ele mordeu um entregador durante uma cena, e tivemos que chamar os socorristas para o bichinho.”
Outro momento que Cassandra relembra com humor foi a cena em que um monstro sai de uma panela de brilhantina, usando um fantoche que ela guarda até hoje. “A pessoa que controlava o monstro ficava escondida debaixo das minhas pernas, com o braço dentro de uma argola na roupa do fantoche. Foi difícil de filmar, mas muito divertido.”
Particularidades do filme e sua recepção
Sobre a cena final, onde a casa pega fogo, Cassandra confessa que se sentiu realmente assustadíssima. “Estava coberta com espuma retardante de chamas e cercada por fogo de verdade. Foi uma das experiências mais intensas da minha carreira.”
Hoje, mais de quatro décadas após seu lançamento, Cassandra acredita que a personagem Elvira mantém sua popularidade porque, além de seu clima de Halloween, ela representa uma figura de força e empoderamento. “Elvira é uma mulher que se impõe, que não aceita ser subestimada, e que inspira aqueles que se sentem diferentes ou marginalizados.”
Legado e impacto duradouro
Cassandra também falou sobre o impacto que a chefe de torcida do terror tem sobre os fãs. “Recebo muitas mensagens de pessoas que dizem que Elvira os ajudou a passar por momentos difíceis, ou a se aceitarem mais. É algo que realmente me emociona e me enche de orgulho.”
A sua história de persistência e sua luta para manter vivo o legado de Elvira continuam a inspirar gerações, destacando-se como um ícone que transcende o tempo e as fronteiras culturais.
Para quem quer conhecer mais sobre as aventuras de Cassandra Peterson e a personagem que ela criou, o livro “Elvira’s Cookbook from Hell” já está disponível, e ela continua atuando como uma verdadeira rainha do Halloween.