Nos últimos dias, o ex-presidente Jair Bolsonaro tem enfrentado um quadro delicado de saúde, evidenciado por crises frequentes de soluços, que se tornam mais intensas quando ele fala por longos períodos ou se exalta. O médico Cláudio Birolini, que o acompanha desde uma cirurgia abdominal complexa em abril deste ano, revelou que essas crises têm gerado episódios de vômito reflexo, um sinal de que a situação é delicada.
A saúde de Bolsonaro e os sintomas apresentados
Birolini afirmou ao jornal GLOBO que o ex-presidente continua apresentando crises de soluços que afetam sua qualidade de vida. “O vômito ocorre de forma reflexa quando as crises ficam muito fortes e auxilia na interrupção dos soluços. Estamos insistindo em tratamento medicamentoso para controle e profilaxia dessas crises, mas não se identifica uma causa específica para os sintomas”, explicou o médico.
A situação tem gerado preocupações entre amigos e familiares de Bolsonaro, que notaram um estado de saúde fragilizado. Aliados relatam que o ex-presidente aparenta estar debilitado, alternando momentos de silêncio e conversas curtas sobre temas políticos. Desde agosto, ele cumpre prisão domiciliar em um condomínio no Jardim Botânico, em Brasília, após sua condenação. A sensação de vulnerabilidade física é perceptível, levando sua família a considerar a internação em algumas ocasiões.
Visitas e apoio político em meio à fragilidade
Recentemente, na segunda-feira, a família de Bolsonaro cogitou uma possível internação após ele apresentar, pelo menos, quatro episódios intensos de vômito. O médico Birolini foi chamado de urgência e, após uma noite na residência, descartou a necessidade de hospitalização naquele momento.
No dia seguinte, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro anunciou que os soluços tinham dado uma “trégua”, expressando gratidão pelas orações recebidas. Porém, mesmo em um estado debilitado, o ex-presidente segue recebendo visitas de aliados políticos. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e a deputada Caroline De Toni, por exemplo, estiveram em sua casa nos últimos dias, ambos ressaltando a preocupação com sua saúde.
A visita de político como o senador Esperidião Amin reforça o apoio contínuo do seu círculo político. Amin descreveu a condição de Bolsonaro como “bem delicada”, uma descrição que reflete a apreensão dos aliados próximos. O ex-presidente também recebeu o senador Magno Malta e outros parlamentares, demonstrando que, apesar da fragilidade, Bolsonaro continua a ser uma figura central no cenário político atual.
O contexto histórico de saúde de Bolsonaro
A saúde de Jair Bolsonaro já foi motivo de preocupação antes, especialmente após sofrer uma facada durante a campanha presidencial de 2018, que resultou em complicações no sistema digestivo. Em abril deste ano, ele passou por uma cirurgia de 12 horas para a reconstrução da parede abdominal, um dos processos mais desafiadores de sua trajetória médica. Desde então, sua saúde tem sido acompanhada de perto por médicos e especialistas.
No mês passado, Bolsonaro deixou a residência pela primeira vez após a condenação para realizar procedimentos dermatológicos no Hospital DF Star em Brasília, sempre sob escolta. No entanto, poucos dias após o retorno, ele voltou a apresentar crises de soluços e vômitos, levando a família a solicitar atendimento médico emergencial novamente. O médico Birolini reiterou a necessidade de acompanhamento contínuo, embora tenha destacado que não há necessidade de internação a princípio.
As dificuldades de saúde do ex-presidente Jair Bolsonaro não apenas levantam preocupações acerca de seu bem-estar, mas também provocam reflexões sobre seu legado e seu impacto no cenário político brasileiro, considerando sua influência contínua e as recentes atividades políticas que ainda realiza apesar de sua condição.