O aumento nos casos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas gerou um alerta do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante uma declaração na última quinta-feira (2/10). O ministro ressaltou que a adulteração por metanol é mais recorrente em bebidas destiladas, como gin e vodka, e que as cervejas, devido ao seu formato e características, são muito menos vulneráveis a esse tipo de prática criminosa.
Risco de adulteração em bebidas destiladas
Padilha mencionou que a manipulação das bebidas destiladas torna-se uma preocupação, principalmente por serem incolores e mais fáceis de serem adulteradas. “Estamos diante de um crime envolvendo produtos destilados, incolores, onde se têm técnicas de adulteração que você não tem no caso de cerveja”, afirmou ele, ao explicar que as cervejas têm tampa e gás, o que dificulta a contaminação.
Até o momento, o Brasil não registrou casos de metanol em cervejas. As notificações de intoxicação concentram-se em bebidas destiladas, que têm sido associadas a casos graves de envenenamento. O governo tem intensificado as pesquisas e as investigações sobre os casos relatados e incentivado a população a estar atenta ao consumo desses produtos.
Recomendações para a população
Em face desse cenário de perigo, Padilha orientou que a população evite consumir bebidas alcoólicas destiladas. “Não estamos falando de um produto essencial para a vida das pessoas”, reforçou ao reiterar a importância da precaução e da responsabilidade no consumo de bebidas. A orientação do ministro tem como objetivo proteger a saúde da população, especialmente em um momento em que o número de casos suspeitos de intoxicação continua a crescer.
Casos de intoxicação por metanol no Brasil
De acordo com as últimas informações do Ministério da Saúde, já foram registradas 59 notificações de casos suspeitos de intoxicação por metanol. Dentre esses casos, 11 foram confirmados. A base dos dados indica que o estado de São Paulo é o que concentra o maior número de casos suspeitos, e até o momento, uma morte foi confirmada como resultado do envenenamento com metanol. Outras sete mortes seguem em investigação, à medida que as autoridades trabalham para esclarecer a origem e a disseminação do problema.
Investigação e vigilância sanitária
Com a crescente preocupação em relação às bebidas adulteradas, os órgãos de saúde pública estão empenhados em investigar as rotas de distribuição de bebidas destiladas no Brasil. As inspeções em estabelecimentos comerciais têm sido intensificadas, visando garantir que produtos adulterados não cheguem às prateleiras dos consumidores. Além disso, os consumidores estão sendo incentivados a denunciar qualquer prática suspeita relacionada à venda de bebidas em suas comunidades.
A saúde pública é uma prioridade, e diante do recente aumento de intoxicações, as autoridades estão unindo esforços para prevenir novos casos. O alerta do ministro Padilha serve como um lembrete para todos os cidadãos sobre a importância de consumir produtos de origem conhecida e devidamente regulamentada, além de estar atento a qualquer indicação de adulteração.
Conforme novas informações surgirem, o Ministério da Saúde continuará a atualizar a população sobre os riscos associados ao metanol e os passos que estão sendo tomados para garantir a segurança no consumo de bebidas alcoólicas no Brasil.