A Agência de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA) aprovou nesta semana um novo medicamento abortivo, fabricado pela empresa Virginia-based Evita Solutions, que explicitamente busca “normalizar” o aborto. A aprovação foi oficializada por uma carta enviada ao senador Josh Hawley, do Missouri, em 30 de setembro, e divulgada nesta semana.
Detalhes da aprovação do medicamento
Segundo a carta obtida pela CNA, a FDA concluiu que “as informações apresentadas demonstram que o medicamento atende aos requisitos para aprovação” sob a lei federal de alimentos, medicamentos e cosméticos. O remédio aprovado é o “mifepristone”, um componente principal na prescrição de medicamentos abortivos.
De acordo com o site da Evita Solutions, a empresa agora promoverá um “novo produto genérico de mifepristone” nos Estados Unidos, reforçando seu compromisso de “ajudar a comunidade médica a reconhecer a utilidade e a liberdade que o aborto médico oferece às pacientes”.
Reação de líderes pró-vida e críticas
A notícia gerou forte reação contrária entre representantes pró-vida. O senador Hawley, por exemplo, classificou a aprovação como “chocante” em uma publicação na rede social X, afirmando que ela ocorre “quando as evidências mostram que os medicamentos de aborto químico são perigosos e até letais para a mãe. E, claro, letais 100% para o bebê”.
Marjorie Dannenfelser, presidente da organização pró-vida Susan B. Anthony Pro-Life America, declarou que a aprovação “revela uma ação irresponsável da FDA”, destacando os riscos à vida de crianças não nascidas e à segurança das mulheres e adolescentes, além de acusar que a medida favorece “abusadores” e viola leis estaduais de proteção à vida.
Kristan Hawkins, líder dos Estudantes Pela Vida, também criticou duramente a decisão, afirmando que ela representa um “fracasso” sob o governo Trump. Hawkins afirmou que “mais bebês irão morrer, mais mulheres serão prejudicadas e mais americanos serão expostos ao risco ambiental” decorrente do uso do medicamento. Ela ainda classificou a ação como “uma mancha no governo Trump e um sinal de que o aparato regulador deve ser reformado”.
Impacto e possíveis consequências
A aprovação do medicamento representa uma mudança significativa na regulação de abortivos nos EUA, especialmente em um momento em que governos estaduais trabalham para impor limites à interrupção voluntária da gravidez. Especialistas indicam que a medida pode ampliar o acesso ao aborto químico, aumentando também os riscos à saúde das mulheres e às vidas não nascidas.
Segundo dados de organizações pró-vida, o aumento no uso de medicamentos abortivos pode levar a uma maior complexidade na fiscalização e maior debate jurídico sobre os limites da legalidade do aborto em diferentes estados.
Por ora, não há previsão de implementação prática da distribuição no mercado, mas a decisão da FDA sinaliza uma tendência de maior liberalização no acesso a esses medicamentos nos EUA, o que deve intensificar o debate político e social sobre o tema nos próximos meses.