O governo dos Estados Unidos entrou nesta quinta-feira (2) em seu segundo dia de shutdown, sem sinais de um avanço nas negociações, que parecem estagnadas até a próxima semana. Líderes congressuais indicaram que a possibilidade de resolução nesse curto prazo é remota, aumentando a incerteza do impacto na administração pública.
Negociações emperram em torno de subsídios do Affordable Care Act
O principal ponto de conflito é a tentativa do Partido Democrata de estender os subsídios do Affordable Care Act, que estão previstos para expirar nesta temporada. Segundo os democratas, essas subsidiações são essenciais para manter os custos dos planos de saúde acessíveis para milhões de americanos. Os republicanos, por sua vez, rejeitam incluir esses recursos no projeto de financiamento temporário, alegando que o governo deve ser reaberto primeiro.
Senadores indicaram que o Projeto de Lei apoiado pelos republicanos será discutido novamente na sexta-feira, mas ainda está pelo menos cinco votos abaixo de aprovação. Se fracassar, daremos o fim de semana para reflexões, e voltaremos a votar na segunda-feira
, afirmou o líder da maioria no Senado, John Thune.
Falta de espaço para negociação e aumento de descontentamento
O presidente da Câmara, Mike Johnson, afirmou que os republicanos não possuem nada a negociar. Eu literalmente não tenho nada para negociar
, declarou nesta quinta-feira. Essas declarações refletem a unidade dos republicanos em manter sua posição de rejeitar concessões, mesmo diante da crescente disfunção administrativa e da pressão pública.
Dados de pesquisas recentes indicam que uma parcela maior da população responsabiliza o presidente Donald Trump e os republicanos pelo desfecho do shutdown. Essa percepção tem dado maior ânimo aos democratas, que mantêm sua estratégia de oposição, apesar das ameaças de Trump de demitir milhares de trabalhadores federais e cortar benefícios sociais.
Medidas de Trump e impacto na economia
Na quinta-feira, Trump se reuniu com o diretor do orçamento, Russell Vought, para discutir possibilidades de cortes de gastos — incluindo layoffs de grandes proporções na administração pública — que poderiam ir além dos tradicionais furloughs de períodos de shutdown.
O governo já anunciou que irá reter bilhões de dólares de projetos de infraestrutura e energias renováveis em estados onde a ex-vice-presidente Kamala Harris conquistou mais votos na última eleição presidencial, ampliando o impacto econômico e social da crise.
Perspectivas de desdobramentos futuros
Com o impasse atualizado e sem sinal de acordo, analistas avaliam que a continuidade do shutdown poderá afetar diversas áreas do funcionamento federal, prejudicando serviços essenciais e alimentando a instabilidade política nos Estados Unidos.
