O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, reforçou nesta quinta-feira (2) o apoio ao governo argentino de Javier Milei. Em publicação na rede social X (antigo Twitter), Bessent afirmou que os EUA estão “plenamente preparados para fazer o que for necessário” para colaborar com o país sul-americano, enquanto o Banco Central da Argentina vende dólares para conter a desvalorização do peso pelo terceiro dia consecutivo.
Diálogo entre Estados Unidos e Argentina visa fortalecer suporte financeiro
Bessent explicou que fez uma conversa “muito positiva” com o ministro da Economia, Luis Caputo, e que espera encontrá-lo em breve em Washington para avançar nas negociações de apoio financeiro. “Após um trabalho intenso desde o encontro do presidente Trump com Milei em Nova York, espero que a equipe do ministro Caputo venha a Washington para discutir opções de suporte”, disse no tuíte.
O secretário destacou ainda que, durante uma reunião com ministros das Finanças do G7, reforçou a importância do sucesso das políticas econômicas de Milei para a Argentina, a região e o grupo das sete maiores economias mundiais. “O Departamento do Tesouro dos EUA está totalmente preparado para agir e continuará acompanhando os desdobramentos”, afirmou Bessent.
Esclarecimentos sobre apoio financeiro e tensões internas
A distinção entre ajuda financeira e linha de swap
Bessent esclareceu em entrevista à CNBC que os EUA não estão colocando dinheiro na Argentina, mas trabalhando com uma linha de swap de US$ 20 bilhões com o banco central do país. “Estamos trabalhando em uma linha de swap, que não envolve financiamento direto, mas ajuda na liquidez e na estabilidade cambial”, explicou o secretário.
Críticas internas e oposição na política estadunidense
Apesar do apoio declarado, o governo de Donald Trump recebeu críticas de senadores democratas, que solicitaram a suspensão de qualquer assistência financeira à Argentina. Além disso, produtores de soja nos EUA manifestaram resistência, uma vez que a China, principal destino de suas exportações, excluiu-se do mercado devido às tensões comerciais, favorecendo os concorrentes argentinos.
Atual situação cambial e mercado argentino
Na prática, o Banco Central da Argentina vendeu mais de US$ 450 milhões ontem, limitando a desvalorização do peso a 3,1% em relação ao dólar, informou a Bloomberg. A atuação do banco como agente financeiro do Tesouro é frequente no mercado de moeda local, garantindo maior controle sobre as oscilações cambiais.
Perspectivas futuras
Embora as negociações com os EUA ainda estejam em andamento, fontes próximas ao governo argentino indicam que há otimismo de que um acordo seja fechado em breve, reforçando o apoio internacional ao país. Assim, a expectativa é de que as medidas contribuam para estabilizar o cenário econômico e evitar uma crise cambial mais severa.