Brasil, 2 de outubro de 2025
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Isenção do IR: Bruno Carazza comenta impacto da medida

A ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda afetará cerca de 40 milhões de contribuintes, beneficiando principalmente trabalhadores de renda média

O economista Bruno Carazza, doutor em direito econômico pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), analisou a proposta de ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda, que deve entrar em vigor em 2026. A mudança vai isentar quem ganha até R$ 5 mil mensais e reduzir a carga tributária para parcelas entre R$ 5 mil e R$ 7.350, beneficiando milhões de contribuintes.

Impacto para diferentes grupos de contribuintes

De acordo com dados da Receita Federal, aproximadamente 15 milhões de pessoas deixarão de pagar ou terão uma redução na quantia de IR a pagar. Já os mais ricos, com rendimentos superiores a R$ 50 mil mensais — cerca de 140 a 150 mil pessoas — passarão a contribuir com alíquotas progressivas que podem chegar a 10%, conforme explicou Carazza.

“Essa medida dá concretude à ideia de retirar os mais pobres da base de cobrança e transferir a responsabilidade para os mais ricos”, afirmou o economista. Mesmo que representem uma parcela pequena, esses contribuintes concentram uma parte significativa da renda nacional e serão atingidos pelas novas alíquotas.

Reequilíbrio na distribuição tributária

Carazza lembra que, após duas décadas de uma cobrança mais branda, os contribuintes de alta renda passarão a ter uma participação proporcional maior no sistema tributário brasileiro. Isso porque mecanismos como a isenção de lucros e dividendos, além da menor tributação sobre aplicações financeiras, reduzem a carga efetiva sobre os mais ricos.

“Quanto maior a renda, menor é a proporção de imposto paga no país. O projeto busca corrigir essa distorção, estabelecendo um patamar mínimo de 10%”, apontou o especialista.

Principais pontos e brechas do projeto

A nova tributação recairá sobre lucros e dividendos, atualmente isentos do IR, além de estabelecer uma alíquota progressiva de até 10%. Por outro lado, quem tem apenas salário como fonte de renda continuará sujeito à tabela progressiva, com retenção de até 27,5%.

Carazza ressaltou ainda que o projeto mantém algumas brechas, como a isenção de valores transmitidos por herança, seguros de vida e planos de previdência privada. Ainda assim, acredita-se que o debate sobre a reforma tributária avançará, buscando ampliar a justiça fiscal e reduzir privilégios.

Perspectivas para a reforma tributária

Segundo ele, a proposta sinaliza uma mudança no modelo de arrecadação, ampliando a isenção para milhões de contribuintes de renda média e transferindo parte da responsabilidade para os mais ricos. A expectativa é que, com o tempo, aconteça uma redução das desigualdades na tributação brasileira.

Para mais detalhes, acesse a matéria completa no g1.

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