Brasil, 2 de outubro de 2025
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Aviação supera transporte rodoviário em viagens no Brasil pela primeira vez desde 2020

Dados de 2024 mostram que o avião virou a segunda opção mais usada nas viagens, refletindo aumento na renda e crescimento do turismo doméstico

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) de 2024 revelou que o uso do avião nas viagens do Brasil alcançou 14,7%, superando o ônibus, com 11,9%, pela primeira vez desde 2020. Apesar do avanço na preferência pelo transporte aéreo, o carro continua sendo a principal escolha, responsável por mais da metade dos deslocamentos internos.

Transformações na mobilidade e impacto na economia

O crescimento do transporte aéreo ocorre em um momento em que a renda do trabalho no país avançou 4,7% no último ano. Porém, o número de domicílios que realizou pelo menos uma viagem caiu, mesmo com o aumento no total de viagens, que chegou a 20,6 milhões, igual ao registrado em 2023. Este movimento é atribuído ao aumento dos custos médios de viagens, tanto por motivos de lazer quanto por trabalho.

Gastos com viagens no Brasil

Os brasileiros gastaram R$ 22,8 bilhões em viagens realizadas no país em 2024, um crescimento de 11,7% em relação ao ano anterior. O gasto médio por viagem, que era de R$ 1.706, subiu para R$ 1.843, indicando uma elevação nos custos de deslocamento e hospedagem.

Motor da mudança: retomada do turismo e crescimento da renda

O aumento da renda e a retomada do turismo internacional impulsionaram o movimento aéreo, especialmente para viagens a trabalho. Segundo William Kratochwill, analista da pesquisa, “o aumento nos gastos não se restringe ao transporte, mas também às demais despesas de viagem, como hospedagem e alimentação.”

Dentro das faixas de renda, houve crescimento em quatro das cinco categorias analisadas, exceto entre quem ganha menos de meio salário mínimo, indicando melhora no poder de compra, embora o custo siga sendo um fator limitador para muitos.

Changes in travel patterns and regional differences

Apesar da ampliação no volume de viagens, mais de 80% dos lares brasileiros não realizaram deslocamentos em 2024. A maior concentração de viagens ocorre nas classes de renda mais altas, principalmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, onde o gasto médio foi de R$ 8,66 bilhões. Os destinos mais visitados continuam sendo os locais de praia, cultura e gastronomia, com destaque para Alagoas e Ceará, que lideram os maiores gastos por pessoa.

Os dados demonstram ainda uma mudança na motivação das viagens, agora mais voltadas a lazer, embora as viagens a trabalho tenham crescido, especialmente com o retorno de eventos profissionais presenciais após a pandemia.

Perspectivas futuras

Com o aumento do movimento aéreo e a expansão de rotas e voos extras durante o verão, a expectativa é de que o transporte aéreo continue ganhando participação no mercado de viagens domésticas. O setor de turismo permanece otimista, alinhando crescimento no consumo e na oferta de serviços de transporte e hospedagem.

Segundo especialistas, o aumento do custo das viagens é um fator que ainda limita a expansão, mas a melhora na renda e o fortalecimento do turismo interno podem proporcionar uma recuperação consistente nos próximos anos, elevando ainda mais a participação do avião no mix de transporte.

Para mais detalhes, acesse o relatório do IBGE.

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