O governo dos Estados Unidos, sob administração de Donald Trump, anunciou uma ordem executiva que amplia os critérios para investigação de terrorismo doméstico, incluindo ideologias como anti-americanismo, anti-capitalismo e anti-cristianismo. A medida, nomeada NSPM-7, foi alvo de críticas de grupos de direitos civis e políticos, que alertam para o risco de criminalizar opiniões dissidentes e movimentos de protesto.
Ampliação dos critérios de investigação do FBI
A ordem direciona a força-tarefa conjunta de terrorismo (JTTF) a criar uma estratégia nacional para investigar, processar e desarticular indivíduos e grupos envolvidos em violência política e intimidação que possam suprimir atividades políticas legais ou obstruir o Estado de Direito. Segundo o documento, sinais de ameaça incluem apoio à derrubada do governo americano e hostilidade às visões tradicionais sobre família, religião e moralidade.
Controvérsia e críticas dos grupos de defesa
Organizações de direitos civis argumentam que a linguagem do decreto é excessivamente ampla, podendo abranger movimentos de protesto, organizações de advocacia e críticos do governo. Rep. Ro Khanna, da Califórnia, afirmou à TIME que a medida parece uma retomada de táticas semelhantes ao período McCarthy, com o objetivo de silenciar opositores sob a ameaça de retaliação. “A ascensão da violência política é real, mas atacar a liberdade de expressão não é a resposta”, declarou Khanna.
Defesa do governo e discurso de Trump
O porta-voz Abigail Jackson afirmou que a administração Trump busca combater redes que incitam violência contra comunidades americanas e que as ações executivas visam acabar com atividades ilegais à esquerda do espectro político. Ela destacou que o presidente, que já chamou a atenção para a violência da esquerda radical, apoia a liberdade de expressão e nega que a ordem represente uma ameaça às liberdades civis.
Impactos na sociedade americana
Especialistas e ativistas alertam que o alcance da política pode acabar criminalizando opiniões e movimentos legítimos por motivos políticos, criando um ambiente de medo e autocensura. Analistas também refletem sobre os possíveis efeitos de uma política de investigação mais agressiva, com risco de violações de direitos civis e de tornar-se uma ferramenta de repressão de vozes dissidentes no país.
O governo ainda não esclareceu como irá definir exatamente quais comportamentos ou sinais ideológicos configuram ameaça, o que acende o debate sobre limites de segurança versus liberdades civis na maior democracia do mundo.