O deputado estadual Kleber Cristian Escolano de Almeida, conhecido como Binho Galinha, do PRD, é alvo de um mandado de prisão expedido após uma recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre seu foro privilegiado. Acusado de liderar uma milícia envolvida em atividades de lavagem de dinheiro, Binho Galinha está foragido desde a prisão de sua esposa e filho, que ocorreram nas primeiras horas da quarta-feira, 1º de outubro.
A origem das investigações
Em 2023, o STF já havia tomado decisões relativas a este caso, que agora se intensificaram. De acordo com o entendimento atual, o foro privilegiado só se aplica a crimes cometidos no exercício da função e que estejam relacionados ao cargo. Os ilícitos em questão, muitos dos quais ocorreram antes do mandato de Binho Galinha, devem ser investigados pela justiça de primeira instância. A juíza que emitiu o mandado ressaltou que a maioria dos crimes atribuídos ao deputado se deram antes ou não são relacionados ao exercício da função pública.
Histórico de acusações
Binho Galinha já foi preso em 2011, antes de seu atual mandato, durante uma operação da polícia que investigava roubos de carros. Agora, ele enfrenta novas acusações mais graves. Somente em dezembro de 2023, durante a operação “El Patrón”, a Polícia Federal bloqueou R$ 200 milhões em contas ligadas ao deputado e prendeu diversos suspeitos, incluindo sua esposa Mayana Cerqueira da Silva e seu filho João Guilherme Cerqueira da Silva Escolano.
Detalhes das investigações
De acordo com o Ministério Público da Bahia (MP-BA), Binho Galinha estaria utilizando sua loja de autopeças, a Tend Tudo, para realizar lavagem de dinheiro, além de vender peças de veículos roubados. A investigação revelou movimentações financeiras suspeitas, incluindo R$ 40,7 milhões recebidos sem lastro documental adequado. Além disso, a empresa do deputado teria feito transações incompatíveis com a receita bruta declarada.
Desdobramentos recentes
Em abril de 2025, decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ) beneficiaram sua esposa e filho, permitindo prisão domiciliar e habeas corpus. Entretanto, em junho do mesmo ano, a operação foi reativada após o STF reverter uma anulação anterior de provas. Em setembro, começaram as audiências de instrução, mas a situação do deputado continuou a evoluir, com novas prisões sendo realizadas.
Em outubro de 2025, uma nova operação, “Operação Anômico”, foi desencadeada, resultando na prisão de mais nove pessoas e na apreensão de bens, como um carro blindado possivelmente utilizado pelo deputado em sua fuga. O nome da operação remete ao descontrole social e ao enfraquecimento das normas que regem a sociedade, ressaltando a gravidade das ações investigativas que cercam Binho Galinha.
Reações e desfechos
Após a emissão do mandado, o advogado da família anunciou que tentaria contato com o deputado, que ainda não havia se apresentado às autoridades. O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), deputada Ivana Bastos, afirmou que serão tomadas as medidas cabíveis assim que a Casa for oficialmente notificada.
A defesa de Binho Galinha manifestou sua surpresa com a situação, questionando se o mandado de prisão já estava decretado durante outras audiências que ocorreram antes da atualização da situação. O caso segue em desenvolvimento e traz à tona importantes questões sobre corrupção e a atuação de representantes públicos na Bahia.
A comunidade permanece atenta aos desdobramentos dessa investigação, que não só afeta a vida política de Feira de Santana, mas também levanta debates sobre a ética e a responsabilidade de servidores públicos em suas funções.
O que reina agora é a expectativa sobre a resposta do deputado e quais são os próximos passos da justiça diante dessa complexa e séria situação.