Você já percebeu que, às vezes, acaba namorando alguém que parece muito com um ex ou exs? De acordo com a psicologia evolutiva, essa tendência tem fundamentos evolutivos e sociais, e explica por que escolhemos parceiros semelhantes a antigas paixões.
O fenômeno do ‘doppelgänger’ na vida amorosa
O termo ‘doppelgänger’ refere-se a pessoas que se parecem exatamente com outras. No universo das celebridades, há exemplos, como Kanye West, que após o divórcio de Kim Kardashian, passou a namorar mulheres que se pareciam com ela, inclusive uma noiva que era uma réplica quase idêntica à realidade. Na vida comum, essa similaridade também é frequente. Como explica a especialista em matchmaking Blaine Anderson, muitas pessoas têm um tipo físico, e usam fotos de ex-parceiros para montar seus perfis de compatibilidade.
Por que escolhemos parceiros parecidos com os exs?
Por trás desse padrão, há uma teoria de psicologia evolutiva que sugere que nosso cérebro busca por familiaridade e segurança. Segundo Glenn Geher, professor de psicologia, as pessoas tendem a se relacionar com indivíduos que são semelhantes a elas, o que inclui traços físicos. Essa preferência por parceiros parecidos também está relacionada à atração pelo que é considerado socialmente bem-sucedido, como um padrão de beleza.
O papel da atração e da familiaridade
Attractiveness matching, ou correspondência física, explica que pessoas atraentes tendem a buscar parceiros também atraentes. Além disso, a repetição de tipos físicos pode estar relacionada ao sentimento de confiança que associa ao familiar — uma sensação subconsciente de estar em um ambiente seguro e previsível, o que favorece a conexão emocional.
Casos públicos e exemplos cotidianos de semelhanças
No mundo das celebridades, há exemplos como o senador Cory Booker, que anunciou o noivado com uma mulher que guarda semelhança impressionante com a ex, Rosario Dawson. No cotidiano, há relatos de pessoas que perceberam que ex-participantes de relacionamentos tiveram parceiras ou parceiros com traços muito parecidos com os seus. Caitlin, de 28 anos, conta que duas namoradas de ex eram parecidas, com olhos azuis e cabelo escuro, quase como irmãs.
Ela acredita que essa semelhança, sem querer, gera uma sensação de familiaridade e segurança — fatores que influenciam a atração subconscientemente. “A minha teoria é que meu corpo se sente mais atraído por alguém que se pareça com meu ex”, ela revela.
Perspectivas evolutivas sobre a preferência por diferentes tipos
Especialistas como Paul W. Eastwick explicam que esse padrão de escolha faz sentido do ponto de vista evolutivo. Pessoas próximas de nós social e geograficamente, que têm características semelhantes às nossas, oferecem vantagens reprodutivas, pois os genes similares podem aumentar a compatibilidade genética, promovendo maior sucesso na reprodução.
Além disso, estudos indicam que a objetividade na seleção de um parceiro também está relacionada à estabilidade emocional e à confiança, reforçando a preferência por traços familiares e atraentes.
O que isso revela sobre o amor e a escolha de parceiros
Embora essa tendência de buscar pessoas parecidas com os exs seja forte, ela não é absoluta. Segundo Blaine Anderson, muitas pessoas têm seus tipos físicos e as preferências podem variar. Ainda assim, essa preferência subconsciente revela como a evolução influencia nossas escolhas amorosas, buscando padrões de atração que, em última análise, aumentam as chances de sucesso reprodutivo e de conexão emocional segura.
Portanto, entender os motivos por trás do ‘tipo’ pode ajudar a compreender nossos próprios relacionamentos e padrões de atração, refletindo uma combinação de fatores evolutivos e sociais que moldam nossos sentimentos e decisões amorosas.
