Um relatório divulgado nesta quarta-feira (2) pelo grupo de monitoramento Tech Transparency Project (TTP) revelou que golpistas estão aproveitando avanços em inteligência artificial e vídeos deepfake para criar anúncios políticos falsos nas plataformas da Meta. Essas campanhas, que incluem cheques de estímulo e benefícios governamentais fictícios, atingiram dezenas de milhares de usuários, principalmente idosos, nos Estados Unidos.
Fraudes envolvendo IA e deepfake na Meta
Segundo o TTP, foram identificados 63 anunciantes fraudulentos que investiram aproximadamente US$ 49 milhões no Facebook e Instagram. Esses anúncios promovem conteúdos conspiratórios, como vídeos falsos de Donald Trump prometendo cheques de estímulo ou cartões de gastos públicos, e apresentam mensagens enganosas que simulam eventos oficiais. Um exemplo foi um vídeo de Trump, divulgado com falsas palavras, direcionado a idosos em mais de 20 estados.
Ampla repercussão de anúncios falsos
Os anúncios fraudulentos atingiram dezenas de milhares de usuários, especialmente pessoas idosas, que receberam promessas de benefícios governamentais falsos. A campanha mais notória utilizou um vídeo falso de Donald Trump, que parecia um discurso real do ex-presidente, mas continha informações erradas e fraudulentas. Apesar de a Meta afirmar que proíbe golpes e investe na prevenção, os autores desses anúncios continuam operando na plataforma.
Medidas da Meta e suas limitações
O relatório aponta que a Meta removeu mais de 150 mil anúncios políticos nos últimos 12 meses por violação das suas regras. Contudo, quase metade dos 63 anunciantes que promoviam golpes ainda estavam ativos até a última semana, com algumas contas gastando mais de um milhão de dólares antes de serem desativadas. A empresa informou que investiria no desenvolvimento de novas defesas técnicas, visto que os golpistas evoluem continuamente suas táticas para escapar da detecção.
Regulamentação e fiscalização
Nos Estados Unidos, para publicar anúncios políticos na Meta, os anunciantes devem passar por um processo de autorização que inclui o envio de documentos oficiais, como carteira de motorista e comprovante de endereço. Mesmo assim, o relatório do TTP mostra que os golpes continuam a se proliferar, sugerindo que a fiscalização da plataforma tem dificuldades para evitar a veiculação de conteúdo fraudulento em larga escala.
Impacto e perspectivas futuras
O uso de deepfake e inteligência artificial nessas campanhas fraudulentas demonstra uma preocupação crescente com a disseminação de desinformação na internet. Os golpes continuam a explorar a confusão pública sobre programas de seguridade social e benefícios sociais, especialmente entre a população mais vulnerável. Especialistas alertam que a luta contra essas táticas exige ações mais eficazes por parte das plataformas e maior fiscalização das autoridades.
Para conferir detalhes completos, acesse a matéria no O Globo.
