Brasil, 2 de outubro de 2025
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Por que tendemos a namorar pessoas que parecem nossos exs, segundo a psicologia evolutiva

Dizer que gostamos de um tipo físico não explica por que muitos escolhem ex ou pessoas parecidas. A ciência revela uma evolução da atração subconsciente.

Você já percebeu que, depois de um relacionamento, costuma se interessar por alguém que se parece muito com seu ex ou exs? Essa tendência, conhecida como namoro doppelgänger, pode ter raízes profundas na psicologia evolutiva e na formação de padrões subconscientes de atração.

O fenômeno do namoro doppelgänger e exemplos famosos

Atletas, celebridades e até políticos têm sido vistos frequentemente em relacionamentos que remetem a ex ou a pessoas de aparência semelhante. Recentemente, o senador Cory Booker anunciou seu noivado com uma mulher que se assemelha muito à ex, atriz Rosario Dawson, gerando comentários sobre essa preferência por rostos parecidos.

Na vida cotidiana, exemplos não faltam: Caitlin, uma jovem de 28 anos, contou que duas ex-namoradas dela tiveram parceiras praticamente idênticas, com cabelos escuros e olhos azuis, como ela mesma. “Ela até tem o mesmo formato de rosto, gosta de fazer maquiagem do mesmo jeito”, explica. Essa semelhança cria uma sensação de familiaridade, reforçando a atração.

Por que isso acontece? Insights da psicologia evolutiva

Segundo especialistas, nossa tendência de buscar parceiros que se parecem com nossos exs não é por acaso. Glenn Geher, professor de psicologia na Universidade de Nova York, explica que nossa preferência por rostos familiares tem uma base evolutiva: ela aumenta a confiança e o conforto.

Paulo W. Eastwick, professor na University of California, Davis, acrescenta que pessoas mais atraentes naturalmente tendem a se relacionar com outras igualmente atrativas, devido à chamada “match de atratividade”. Além disso, a ideia de que nossos genes sejam compatíveis com os de pessoas semelhantes sugere que há uma vantagem evolutiva em escolher alguém que compartilha de características genéticas com a nossa própria história.

Medo, confiança e fertilidade: as razões subconscientes

Fugère, professora de psicologia social na Universidade de Connecticut, afirma que a frequência com que vemos alguém pode facilitar sua aceitação pelo cérebro, além de gerar maior sensação de confiança. Ou seja, nossos instintos favorecem quem é próximo ao que conhecemos ou ao que nos é familiar, mesmo que de forma subconsciente.

Apesar disso, ela aponta que a ideia de um “tipo” não é rígida: muitas pessoas mudam seus critérios ao encontrar alguém que realmente conecta emocionalmente, além da aparência.

O papel da atração e o que realmente importa na escolha

Para Blaine Anderson, especialista em relacionamento, muitas vezes os clientes indicam um padrão físico, mas, na prática, acabam se apaixonando por quem foge dele: “Na hora do amor, o que importa mesmo é a conexão emocional”.

Assim, embora o padrão subconsciente de procurar por rostos familiares seja forte, ele não é uma regra inquestionável. A atração verdadeira entra em jogo quando há uma conexão emocional e compatibilidade de valores.

Futuro das preferências e o impacto na relação

Entender a preferência por parceiros semelhantes a exs nos ajuda a compreender nossos próprios padrões de relacionamento. Segundo a ciência, esse comportamento é uma combinação de fatores evolutivos, traços de personalidade e experiências passadas, que moldam nossas escolhas de forma quase automática.

Por mais que nosso subconsciente nos leve a buscar referências familiares, a chave para uma relação duradoura está na construção de uma conexão genuína que vá além da aparência.

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