A aprovação do projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda na Câmara dos Deputados contou com apoio unânime de 493 votos, marcando uma vitória importante para o governo do presidente Lula. No entanto, a sessão foi marcada por tensões, principalmente pelo descumprimento de um acordo feito com líderes da oposição, o que levou ao reinício da votação.
Lira reforça liderança e controla alterações no projeto de IR
Como líder influente na Casa, Arthur Lira (PP-AL) empenhou-se para que o texto enviado pelo governo permanecesse o mais próximo possível do original. Das 99 sugestões recebidas de deputados, aprovou apenas três, consolidando sua autoridade ao desconsiderar mudanças consideradas por ele inadequadas economicamente. Durante a sessão, o parlamentar também reuniu deputados no plenário para evitar alterações no relatório.
Segundo informações da Agência O Globo, o presidente da Câmara participou de várias reuniões ao longo do dia, incluindo com líderes partidários e o senador Ciro Nogueira, para alinhar o texto final. Sua postura firme foi ressaltada por colegas, apesar do clima de alguma tensão durante o processo.
Momentos de tensão e impacto da oposição
Apesar do apoio amplo, a votação foi marcada por um momento de conflito, quando líderes do PSB e do Novo tentaram propor destaques referentes à correção da tabela do IR indexada ao IPCA—propostas que não foram acolhidas por Lira, que considerou as sugestões inadequadas, resultando na interrupção e reinício da sessão.
Além disso, Lira justificou sua postura ao criticar a demora do Senado na regulamentação da Reforma Tributária, apontando que o projeto do IR avançou mais naquela Casa. “No Senado, fizeram até na frente (projeto do IR do senador Renan Calheiros). Não vi cobrança na Reforma Tributária”, afirmou Lira, em referência à rivalidade estadual com Calheiros.
Convencimento da oposição e manifestações populares
Durante o seu discurso na Câmara, Lira também comentou a pressão popular após a votação da PEC da Blindagem, que tenta dificultar investigações contra parlamentares. Manifestantes realizaram protestos em capitais, cobrando a aprovação de isenções fiscais e criticando o pacote antidesempenho, embora a oposição tenha apoiado em peso a votação do IR.
Leaders como o do PDT, Hugo Motta, e o próprio deputado do PP, Doutor Luizinho, passaram o dia reunidos com aliados e opositores, negociando apoio e esclarecendo pontos do projeto. Apesar das divergências pontuais, o clima na Casa foi de quase consenso.
A atuação de Lira e próximos passos do projeto
Arthur Lira, que chegou ao plenário exaltando a “unanimidade” do resultado, teve sua autoridade reforçada após os acontecimentos mais tenso. Em discurso, deixou claro seu descontentamento com líderes de partidos que tentaram alterar trechos do texto sem acordo prévio, reafirmando seu comando no plenário.
O projeto agora será encaminhado ao Senado, onde o governo tenta acelerar a tramitação para que seja aprovado o mais rápido possível. O relator no Senado, senador Renan Calheiros, relatou o texto, que deverá passar por novas análises e possíveis ajustes antes de sua aprovação final.
Segundo fontes oficiais, o governo mantém a expectativa de finalizar a tramitação até o final de outubro, fortalecendo sua agenda de reformas econômicas. Para mais detalhes sobre o impacto do projeto, veja a calculadora de quanto você deixará de pagar.
Fonte: O Globo
