Uma operação conjunta realizada pela Polícia Civil e pela Vigilância Sanitária de Americana, no interior de São Paulo, resultou na apreensão de 600 litros de bebidas alcoólicas e alimentos em situação irregular em uma adega localizada no Jardim Nossa Senhora de Fátima. O fato ocorreu na última quarta-feira, dia 1º, e, até o momento, as autoridades não encontraram indícios de que as bebidas estivessem adulteradas com metanol, uma substância tóxica e frequentemente utilizada de maneira ilegal em bebidas.
Incursão policial e apreensão de produtos
O proprietário da adega, um homem de 38 anos, foi preso em flagrante por crimes contra as relações de consumo. Durante a ação, ele não apresentou notas fiscais e não conseguiu comprovar a origem dos produtos que estavam expostos no estabelecimento. A fiscalização encontrou uma variedade de destilados, incluindo cachaças, vodcas e licores, todos sem a devida regularização segundo as normas sanitárias vigentes.
Além das bebidas, as autoridades apreenderam cervejas, sucos, energéticos e diversos produtos alimentícios sem rotulagem, sem data de validade ou com a validade já expirada. Produtos artesanais, como doces embalados sem identificação, também foram alvo da operação. Diante das irregularidades, a adega foi interditada e as investigações seguem em curso sob a supervisão da Polícia Civil.
Detenção de suspeitos e implicações legais
Essa operação se seguiu a outra ação da polícia, que um dia antes, havia descoberto uma fábrica clandestina de bebidas alcoólicas na Rua Otávio Tancredi, também em Americana. Nos mandados de busca e apreensão realizados em três endereços, os investigadores encontraram rótulos falsos, garrafas vazias, bombonas contendo líquidos e uma linha de montagem destinada à adulteração de bebidas.
As investigações revelaram que os produtos apreendidos no local incluíam uísque, gim e vodca. Ao todo, cerca de 17,7 mil itens foram confiscados, e duas pessoas foram detidas sob a acusação de pirataria. A operação foi coordenada pela 1ª Delegacia DIG (Antipirataria), com o apoio da Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) e de uma empresa de e-commerce. Todos os equipamentos utilizados na falsificação foram recolhidos e a fábrica será submetida a perícia.
Atenção para os casos de intoxicação por metanol
Com o aumento das apreensões de bebidas irregulares, a preocupação com os casos de intoxicação por metanol vem crescendo. De acordo com o Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS Nacional), o Brasil registrou até a data da operação 41 notificações de intoxicação por metanol, sendo 37 apenas em São Paulo. Destes, 10 já foram confirmados como casos de intoxicação decorrentes do consumo de bebida e 27 ainda estão em investigação.
As autoridades também relataram uma morte confirmada em São Paulo, além de outras sete fatalidades que estão sob investigação, sendo cinco em São Paulo e duas em Pernambuco. O metanol é uma substância altamente inflamável e tóxica, com um cheiro que pode ser confundido com o de bebidas alcoólicas. Enquanto o metanol possui aplicações válidas na indústria, sua presença em produtos destinados ao consumo humano é estritamente proibida.
Com a intensificação das operações e a conscientização do público, as expectativas são de que as taxas de intoxicação diminuam e que os responsáveis por essa prática ilegal sejam responsabilizados.
A operação em Americana é um exemplo claro do esforço contínuo das autoridades para combater a pirataria e garantir a segurança alimentar da população, especialmente em um momento em que a saúde pública está sob crescente ameaça devido ao uso indevido de substâncias químicas, como o metanol.
Os cidadãos devem permanecer vigilantes e relatar qualquer suspeita sobre produtos irregulares para as autoridades competentes, contribuindo assim para um ambiente mais seguro e saudável.
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