Brasil, 1 de outubro de 2025
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Papa Leo XIV apela por paz após conflitos violentos em Madagascar

Papa Leo XIV manifesta preocupação com os confrontos violentos entre polícia e jovens protestantes em Madagascar, que deixaram mortos e feridos.

Nesta quarta-feira, o Papa Leo XIV expressou preocupação diante dos recentes conflitos violentos entre forças de segurança e manifestantes jovens em Madagascar, que resultaram em várias mortes e cerca de 100 feridos. Após a catequese na audiência geral, o pontífice pediu orações para que a violência seja evitada e a harmonia social seja promovida por meio da justiça e do busca pelo bem comum.

Crise social e política no Madagascar

Madagascar vive uma crise social e política grave, desencadeada por protestos em massa que já deixaram pelo menos 22 mortos e mais de 100 feridos. As manifestações, lideradas principalmente por jovens, tiveram início na capital, Antananarivo, por causa de interrupções prolongadas no fornecimento de energia e água, que afetam a população há semanas. Os protestos se espalharam para outras cidades, como Mahajanga, Fenoarivo e Diego Suárez, refletindo o descontentamento generalizado com o governo do presidente Andry Rajoelina.

Ao final de sua audiência pública, Leo também relembrou o dia de 1º de outubro, dedicado a Santa Tereza do Menino Jesus, doutora da Igreja e padroeira das missões.

“Que o exemplo dela nos encoraje a seguir Jesus pelo caminho da vida, testemunhando alegremente o Evangelho em todos os lugares”, afirmou o Papa.

Relevância da oração e da paz social

Antes de encerrar a audiência na Praça de São Pedro, Leo XIV parou para abençoar uma réplica italiana do Santuário de Nossa Senhora de Lourdes, na França, totalmente feita de espigas de trigo.

Réplika italiana do Santuário de Nossa Senhora de Lourdes, na França, feita de espigas de trigo, localizada na frente da Basílica de São Pedro durante audiência geral de Leo XIV, em 1º de outubro de 2025. Crédito: Daniel Ibanez/CNA
Réplika italiana do Santuário de Nossa Senhora de Lourdes, na França, feita de espigas de trigo, localizada na frente da Basílica de São Pedro durante audiência geral de Leo XIV, em 1º de outubro de 2025. Crédito: Daniel Ibanez/CNA

A missão da Igreja

No seu discurso espiritual, Papa Leo destacou a missão da Igreja de comunicar a alegria da Ressurreição sem exercer poder sobre os demais.

“Essa é a essência da missão da Igreja: não administrar poder sobre os outros, mas transmitir a alegria de quem é amado, mesmo quando não merece”, afirmou.

Ele lembrou os fiéis de sua responsabilidade “de sermos instrumentos de reconciliação no mundo”.

A catequese desta semana foi dedicada à Ressurreição e às aparições de Cristo aos discípulos na Sala Superior.

Sobre a aparição do Cristo ressuscitado, Leo afirmou que “não é uma vitória retumbante, nem uma vingança ou retaliação contra seus inimigos. É um testemunho maravilhoso de como o amor pode reemergir após uma grande derrota, continuando sua jornada imparable.”

O Papa descreveu Jesus aparecendo aos apóstolos com mansidão, demonstrando “a alegria de um amor maior que qualquer ferida e mais forte que qualquer traição.”

Na sala superior, Jesus não força os discípulos a aceitarem sua ressurreição, mas deseja restaurar a comunhão com eles e ajudá-los a superar o sentimento de culpa, destacou Leo.

A alma do amor reconstruído

Segundo o Papa, há um motivo pelo qual Jesus exibe suas feridas: porque está totalmente reconciliado com o que sofreu. “Ele não guarda ressentimentos nem rancores. As feridas não servem para reprovar, mas para confirmar um amor mais forte que qualquer infidelidade”, explicou.

“São a prova de que, mesmo na hora do fracasso, Deus não recuou, não desistiu de nós”, acrescentou.

Leo convidou os católicos a seguirem o exemplo de Jesus, evitando as tentações de vingança e retaliação. “Ao nos levantarmos após um trauma causado por outros, a primeira reação muitas vezes é a raiva, a vontade de fazer alguém pagar. Porém, o Ressuscitado não reage assim”, declarou.

Outra tentação após uma traição, conforme o Papa, é esconder nossas feridas por orgulho ou medo de parecer fracos, dizendo “não importa”, “já passou”, enquanto na verdade ainda estamos em paz com essas mágoas.

“Jesus não faz isso. Ele oferece suas feridas como garantia de perdão e mostra que a Ressurreição não apaga o passado, mas o transfigura em esperança de misericórdia.”

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