No dia 29 de setembro de 2025, a posse de Edson Fachin como novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) gerou não apenas celebração, mas também controvérsia, especialmente com a ausência do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. A ausência do governador no evento tornou-se um foco de debate político, levando Tarcísio a se pronunciar para esclarecer sua posição e as circunstâncias que o impediram de comparecer à cerimônia.
Justificativas para a ausência no evento
Conforme relatado, o governador Tarcísio alegou que havia solicitado ao ministro Alexandre de Moraes a autorização para visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro no dia 17 de setembro. No entanto, a visita foi agendada para o mesmo dia da posse de Fachin, ou seja, 29 de setembro. Em declarações a aliados, ele enfatizou que, se Moraes tivesse sugerido uma data diferente, teria comparecido ao evento. Tarcísio mencionou que compromissos em São Paulo no período da manhã impossibilitaram sua chegada na hora da posse, que ocorreu às 16h.
Tarcísio informou que esteve com Bolsonaro das 14h às 18h, o que o impediu de estar presente no evento. Ele ressaltou que sua ausência não deveria ser interpretada como um rompimento com o STF e ressaltou sua disposição de recorrer ao tribunal sempre que necessário, especialmente para tratar de questões relacionadas ao estado de São Paulo.
Repercussões políticas e críticas
A ausência de Tarcísio na posse de Fachin não passou despercebida e provocou reações em diversos setores políticos. Vários governadores alinhados à direita, como Ronaldo Caiado (Goiás), Cláudio Castro (Rio de Janeiro), Romeu Zema (Minas Gerais) e Eduardo Leite (Rio Grande do Sul), estiveram presentes na cerimônia, levantando questões sobre a posição de Tarcísio em relação ao STF e sua ligação com o novo presidente da corte. As críticas à sua decisão começaram a surgir, principalmente entre os opositores, que veem sua ausência como um gesto de descontentamento ou afastamento político.
Tarcísio defende sua relação com o STF
Em meio às críticas, Tarcísio de Freitas reafirmou seu comprometimento com o diálogo e colaboração com o Supremo, afirmando que enviou representantes para a posse. A procuradora-geral do Estado de São Paulo, Inês dos Santos Coimbra, e o secretário de Governo, Gilberto Kassab, foram os enviados para representar o governador na cerimônia, o que demonstra que, apesar da ausência física, existe uma interação política em busca de interesse mútuo.
Além disso, Tarcísio recordou que havia comparecido a eventos anteriores importantes relacionados ao sistema judiciário, como quando Fachin recebeu o Colar do Mérito Judiciário, ressaltando que sua relação com o STF sempre foi pautada pelo respeito e pela relevância do diálogo. Essa afirmação busca cimentar a ideia de que sua ausência na posse não foi por desinteresse ou descontentamento, mas sim por razões logísticas.
A política e o clima de tensão
A situação reflete o clima de tensão política atual no Brasil, onde eventos que antes eram apenas sociais se transformaram em cenários de disputa política. A ascensão de Fachin à presidência do STF é vista por muitos como uma oportunidade de renovação e estabilidade, enquanto outros especialistas temem que a polarização política continue a afetar instituições cruciais do país.
Com uma gestão marcada pela confiança e a busca de consenso, Tarcísio provavelmente precisará navegar com cautela neste ambiente político desafiador, buscando fortalecer laços com o STF e ao mesmo tempo mantendo sua base eleitoral satisfeita.
Ao final, a justificativa de Tarcísio e a análise de sua ausência na posse de Fachin revelam a complexidade das relações políticas em jogo e a importância de manter um diálogo aberto entre diferentes esferas do poder.
Conclusão
A ausência de Tarcísio de Freitas na posse de Edson Fachin não foi um incidente isolado, mas sim um reflexo das tensões políticas atuais no Brasil. Enquanto Tarcísio busca justificar sua decisão e reafirmar seu comprometimento com o STF, as implicações políticas desse evento deverão ser observadas de perto no futuro, à medida que o cenário político continua a evoluir. A relação entre o governo paulista e o Supremo é essencial para a governabilidade e para o fortalecimento das instituições no Brasil.