Brasil, 1 de outubro de 2025
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Responsabilidade pelo ICMS em marketplaces brasileiros

Entenda quem deve recolher o ICMS nas plataformas de comércio eletrônico e o impacto disso na economia.

O comércio eletrônico se tornou um dos motores da economia brasileira. Com o crescimento das plataformas de marketplace, como Mercado Livre, Shopee, Magalu e Amazon, milhões de vendedores estão ativos no Brasil, movimentando bilhões de reais todos os meses. Contudo, esse crescimento acirrou a atenção dos fiscos estaduais, que se depararam com uma questão fundamental: na prática, de quem é a responsabilidade pelo recolhimento do ICMS? Esta pergunta é central, pois envolve a arrecadação de impostos que sustentam serviços essenciais e políticas públicas.

A complexidade do ICMS nos marketplaces

O ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) é um tributo estadual que incide sobre a venda de bens e a prestação de serviços. Nas transações realizadas por meio de marketplaces, a situação pode se tornar um pouco nebulosa. Isso se deve à multiplicidade de vendedores e à diversidade de operações comerciais que esses ambientes online propõem.

Quando um produto é vendido em um marketplace, quem realmente deve recolher o ICMS? A legislação tem se adaptado, mas as lacunas e as controversas ainda são muitas. Em regra, a responsabilidade pela arrecadação do ICMS recai sobre o vendedor do produto, que, de acordo com a legislação, é quem realiza a operação de venda. Entretanto, em um marketplace, a operação é intermediada pela plataforma, o que gera dúvidas sobre qual ator deve efetivamente realizar o recolhimento do tributo.

Alterações na legislação e soluções propostas

Recentemente, com o crescimento do e-commerce, estados começaram a implementar legislações que tentam regulamentar o imposto. A Lei Complementar 160/2017, por exemplo, buscou simplificar a incidência do ICMS nas vendas realizadas em marketplaces, estabelecendo mecanismos mais claros para o recolhimento do imposto. Entre as soluções propostas, está a possibilidade de que o próprio marketplace assuma a responsabilidade pelo recolhimento do ICMS, especialmente quando a operação é entre contribuintes de diferentes estados.

Por que a responsabilidade é crucial?

A definição clara sobre de quem é a responsabilidade pelo ICMS é crucial não apenas para a arrecadação de impostos, mas também para a saúde do mercado. A falta de regras rígidas pode favorecer a concorrência desleal, onde vendedores que não recolhem impostos podem oferecer preços mais baixos, prejudicando aqueles que atuam de forma regularizada. Além disso, o não recolhimento pode gerar multas e sanções para os vendedores que, por sua vez, podem se sentir desincentivados a manter um negócio no Brasil.

Impactos nas vendas e no consumidor

O modo como o ICMS é gerido nos marketplaces afeta diretamente os preços finais dos produtos. Se os vendedores passam a arcar com o imposto, isso pode refletir em um aumento nos preços para os consumidores. Por outro lado, se as plataformas passarem a assumir esta responsabilidade, tende-se a uma maior transparência e previsibilidade na cobrança, o que pode beneficiar tanto o vendedor quanto o consumidor final.

Além disso, o aumento da formalização de vendedores nos marketplaces é um movimento necessário para que a economia digital possa prosperar de forma saudável. Um ecossistema mais claro tributações permitirá que pequenas e médias empresas também tenham sua chance, fortalecendo a concorrência e oferecendo ao consumidor mais opções e melhores preços.

Perspectivas futuras para o comércio eletrônico

À medida que o comércio eletrônico continua a crescer e a evoluir, a busca por um equilíbrio na arrecadação de impostos entre as plataformas e os vendedores se torna cada vez mais urgente. Governos estaduais precisam trabalhar em conjunto com as empresas para criar um ambiente fiscal que reconheça e apoie esse novo modelo de negócios, sem criar barreiras excessivas à inovação.

O debate sobre como deve ser o recolhimento do ICMS nos marketplaces ainda está em andamento, e mudanças podem ser esperadas. O fundamental é garantir que o crescimento do comércio eletrônico siga beneficiando a economia brasileira sem comprometer o cumprimento das obrigações fiscais. Para isso, é essencial que todos os envolvidos se empenhem em encontrar soluções que se alinhem à modernidade do mercado.

Em suma, a responsabilidade pelo ICMS nas plataformas de marketplace é uma questão complexa, mas crucial, que pode influenciar todo um setor no Brasil. O futuro do comércio eletrônico depende não apenas de vendas e lucros, mas também de uma legislação que reconheça e se adapte às novas realidades do mercado.

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