Uma tragédia abalou a comunidade científica e acadêmica nesta terça-feira (30), quando o jovem pesquisador paulista Janderson Assandre, de apenas 31 anos, foi encontrado morto durante uma atividade de escavação em uma gruta no Sítio Lajeirinho, na zona rural de Limoeiro do Norte, Ceará. A incidência de gases tóxicos e a movimentação do solo são as principais linhas de investigação apontadas pelo Corpo de Bombeiros, que atendeu à ocorrência.
As circunstâncias da morte
Janderson, biólogo e experiente escalador, estava acompanhado de um colega no momento do incidente. Ambos passaram mal enquanto realizavam escavações, e o pesquisador desmaiou em uma fenda da gruta. Ao chegarem ao local, as equipes de resgate encontraram Janderson sem vida, enquanto seu colega foi resgatado com vida e encaminhado para atendimento médico. Segundo o Corpo de Bombeiros do Ceará, a situação exigiu técnicas especiais de resgate devido ao risco de desmoronamento e à profundidade da cavidade.
As primeiras informações sugerem que Janderson pode ter sido vítima da inalação de gases tóxicos liberados durante as escavações, uma hipótese comum em áreas com solo instável e ar rarefeito. “As equipes do CBMCE, com apoio do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu Ceará), atuaram no resgate, mas infelizmente, uma das vítimas já se encontrava em óbito ao chegar no local”, informou o corpo de bombeiros.
Possíveis causas do desmaio
Movimentação de terra
A movimentação súbita de terra na região da gruta pode ter causado uma pancada, resultando em problemas circulatórios e, consequentemente, no desmaio e morte de Janderson. Esse tipo de acidente, embora não raro, suscita preocupações sobre as condições de segurança em atividades de escavação e pesquisa em ambientes naturais.
Inalação de gases tóxicos
Outra possibilidade que vem à tona é a inalação de gases tóxicos, um problema bastante sério em locais como poços e grutas, onde a concentração de ar pode ser inferior ao normal. O Corpo de Bombeiros destacou que essas situações podem causar desmaios, bem como outros problemas de saúde, especialmente em ambientes confinados ou de difícil acesso.
Um caso semelhante ocorrido no Ceará em 2017 expõe a gravidade da questão: três pessoas morreram e uma ficou hospitalizada depois de inalar gás tóxico em um centro de reabilitação. Tais ocorrências reforçam a necessidade de cuidados adicionais em atividades que envolvem escavações e exploração em locais fechados.
A repercussão da tragédia
O pesquisador sobrevivente foi levado ao Hospital São Raimundo, em Limoeiro do Norte. Embora a equipe médica esteja acompanhando seu estado de saúde, informações sobre o seu quadro ainda não foram divulgadas. Já o corpo de Janderson deverá ser velado em São Carlos, em data a ser definida.
Em nota divulgada nas redes sociais, o Centro Universitário de Montanhismo e Excursionismo (Cume) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), onde Janderson se graduou, expressou suas condolências à família e amigos do pesquisador: “Um dia muito difícil para todos que passaram ao seu redor, mesmo que por poucos instantes, e já sentiram sua imensa presença cativante e acolhedora”, afirmou a instituição.
A morte de Janderson Assandre é um lembrete sobre os riscos enfrentados por aqueles que dedicam suas vidas a pesquisas em ambientes muitas vezes imprevisíveis e potencialmente perigosos. A tragédia causa consternação não apenas pela perda de um jovem talentoso, mas também pela reflexão que traz sobre a segurança em atividades científicas e exploratórias.