Brasil, 1 de outubro de 2025
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sinais de desaceleração no mercado de trabalho reforçam clima de cautela

Indicadores de desemprego e rendimento apontam possível início de acomodação do mercado, influenciando a política do Banco Central

Dados recentes mostram que o mercado de trabalho brasileiro começa a sinalizar uma desaceleração, o que pode aliviar a pressão sobre a inflação e influenciar as decisões do Banco Central. Apesar da taxa de desemprego em 5,6% em agosto manter-se estável, sinais de uma maior acomodação estão no radar das autoridades econômicas.

Mercado de trabalho em ritmo de desaceleração

Conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), a taxa de desemprego permanece na mínima histórica de 5,6% no trimestre finalizado em agosto, mas há indicações de que esse ritmo de fortalecimento do emprego possa estar perdendo força, como explica o pesquisador que acompanha o tema.

Impacto na inflação de serviços

O mercado de trabalho apertado é um dos principais fatores que sustentam a inflação de serviços, que gira em torno de 6% na variação anual. O alto custo da mão de obra, que tende a ser repassado aos consumidores, é um elemento que mantém essa inflação resistente às pressões.

Segundo o Banco Central, essa inflação “responde de forma mais intensa e persistente” à política monetária e é crucial para o processo de convergência da inflação às metas estabelecidas.

Defasagem do efeito da política monetária

Entretanto, o impacto das alterações na taxa de juros na inflação de serviços ocorre com um atraso de cerca de nove trimestres, o que complica a análise do comportamento atual e reforça a cautela nas decisões de política monetária.

Dinâmicas do mercado de trabalho

Apesar dos patamares historicamente baixos da taxa de desemprego, a análise de seus componentes revela que a procura por trabalho está relativamente baixa em relação ao período pré-pandemia, o que poderia estar inflando artificialmente a taxa de desemprego atual.

Além disso, fatores estruturais como as reformas trabalhistas de 2017, o aumento do trabalho por aplicativos, e mudanças de hábito durante a pandemia têm contribuído para uma maior inserção de trabalhadores no mercado, mesmo com o desemprego em níveis considerados baixos.

Resiliência do emprego e perspectivas futuras

A permanência do mercado de trabalho em ritmo moderado ocorre apesar da baixa sensibilidade à taxa de juros na criação de empregos, uma característica que pode persistir devido à influência de fatores estruturais e à redução da informalidade.

Entretanto, há sinais de que essa resiliência possa enfrentar limites, uma vez que a desaceleração no ritmo de crescimento de ocupados e a leve queda na renda real efetiva indicam uma possível perda de força do mercado. A queda do rendimento, impulsionada por uma inflação em queda e a política de valorização do salário-mínimo, é vista por especialistas como um fator que pode facilitar o corte da taxa Selic.

Impactos na economia e nas expectativas futuras

A combinação de dados de emprego e rendimento sugere que a economia brasileira poderá consolidar essa desaceleração, contribuindo para uma redução mais rápida da inflação e permitindo uma futura flexibilização da política de juros. Apesar do cenário de incertezas internas e externas, a trajetória de queda na inflação de serviços e a pressão menor sobre a política monetária abrem espaço para novos passos do Banco Central nos próximos meses.

Assim, a evolução do mercado de trabalho continuará a ser um elemento-chave para o ritmo da economia brasileira, com seus efeitos sobre a inflação, as decisões de política monetária e o cenário macroeconômico geral.

Para mais detalhes, acesse a fonte original.

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