No último domingo, a Diocese de Bafatá, na Guiné-Bissau, recebeu um importante pronunciamento de seu bispo, Dom Victor Luís Quematcha. Em sua primeira Carta Pastoral, ele fez um apelo aos católicos para que se tornem protagonistas no diálogo e na promoção da fraternidade, com a finalidade de construir uma sociedade unida e inclusiva, especialmente em um momento crítico para o país, que se prepara para novas eleições.
A mensagem de fraternidade ao longo de 25 anos da diocese
A Carta Pastoral foi divulgada durante uma cerimônia que contou com a presença de sacerdotes, líderes religiosos de diversas confissões, autoridades regionais e fiéis. O tema abordado, “Fraternidade: caminho de fé e de esperança”, está inserido nas celebrações dos 25 anos da criação da Diocese de Bafatá. O documento foi lido pelo porta-voz da Diocese, padre Augusto Mutna Tamba, e enfatiza a importância da fraternidade como um pilar fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e solidária.
Na mensagem, Dom Victor Luís reitera que “a doutrina social da Igreja reafirma constantemente que a fraternidade é condição essencial para alcançar uma sociedade justa e solidária”. Ele lembrou que, em tempos de divisões e polarizações, é fundamental que a Igreja não se silencie diante da realidade e das necessidades da sociedade.
A Igreja e seu papel nas eleições
O bispo também destacou a relevância da posição da Igreja nesse momento eleitoral. “A Igreja de Cristo não pode calar-se perante a realidade, principalmente neste momento em que a nação se prepara para eleições”, afirmou, enfatizando que a função da Igreja é orientar e apoiar a população na busca por uma convivência pacífica e harmoniosa.
Durante a cerimônia, o governador da região de Bafatá, Musta Suaré Cassamá, reforçou a importância da colaboração entre a Igreja e o Estado. Segundo ele, essa união é “fundamental para o bem-estar da nossa população e para a estabilidade da sociedade”. O papel da igreja na disseminação de valores de paz e compreensão foi amplamente elogiado, ressaltando a importância de trabalhar juntos em prol do progresso social.
Chamado à colaboração entre religiões
O imame da Mesquita Central de Bafatá, Aladje Tcherno Clabiou, também usou a ocasião para destacar a importância da colaboração inter-religiosa. “É fundamental que todos nós, guineenses, colaboremos uns com os outros, sobretudo os líderes religiosos, para garantir a paz”, afirmou. Este chamado à unidade e ao respeito mútuo entre as diferentes crenças e tradições foi recebido com aplausos pelos presentes.
Reflexões sobre os 25 anos da Diocese de Bafatá
À medida que a Diocese de Bafatá celebra seu jubileu de 25 anos, Dom Victor Luís Quematcha também fez menção ao primeiro bispo da região, Dom Pedro Carlos Zilli. Ele convidou todos os presentes a elevar os corações a Deus, lembrando do legado deixado e da missão que ainda persiste na vivência da fé e na prática da solidariedade.
A espera pela colaboração construtiva entre as diferentes esferas da sociedade está em alta. A esperança é que as palavras de Dom Victor Luís Quematcha inspirem não apenas os católicos, mas todos os cidadãos da Guiné-Bissau, a se unirem em prol de um futuro melhor. Com a proximidade das eleições, esse apelo se torna mais relevante, refletindo a necessidade de um diálogo aberto e respeitoso na construção do caminho a seguir.
Essa Carta Pastoral simboliza uma oportunidade valiosa para que a sociedade guineense se una em nome da paz e do desenvolvimento. O envolvimento ativo dos líderes religiosos, da sociedade civil e das autoridades governamentais se torna um fator crucial para superar os desafios atuais.
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