A situação crítica do abastecimento de água em Bauru, São Paulo, levou a prefeitura a implementar um sistema de distribuição de água potável para a população. Com a estiagem severa que perdura há 90 dias, os moradores que dependem do Rio Batalha vão receber galões de água de 5 litros a partir desta terça-feira (30).
Distribuição de água para a população
A distribuição gratuita começou na região do Jardim Ouro Verde, onde os moradores poderão retirar os galões a partir das 8h. Duas tendas estão sendo montadas em diferentes áreas da cidade: uma na quadra 14 da Rua Nicolau Delgallo, que atenderá os bairros Jardim Ferraz, Solange, Vila Popular, Jardim Gaivota e Independência; a outra será instalada na Praça do Penta, na Rua Matilde Fraga Moreira de Almeida, para atender os moradores do Bairro São João, Vila Pacífico, Vila Pacífico II e Vila Souto.
A prefeitura enfatiza que cada pessoa poderá retirar apenas um galão, como parte das medidas para controlar a escassez de água na cidade.
Condições climáticas e racionamento
Com a falta de chuvas e os níveis da lagoa do Rio Batalha bem abaixo do ideal — atualmente medindo apenas 3,20 metros — a administração municipal tem adotado medidas para garantir o suprimento de água à população. Essa distribuição é apenas uma das ações para amenizar os impactos do racionamento, que se tornou uma realidade para os moradores.
Outro ponto de distribuição foi criado no muro lateral do Recinto Mello, localizado entre as avenidas Comendador José da Silva Martha e José Henrique Ferraz. Além deste, a cidade conta com vários locais onde os moradores podem retirar água potável: Parque Vitória Régia (em frente à USP), Praça da Bíblia (região do Jardim Bela Vista) e Unidade Alto Paraíso (Rua Afonso Tepedino, quadra 7, Vila Industrial).
Investimentos no abastecimento
O governo municipal está ciente da gravidade da situação e já planeja investimentos significativos para melhorar o abastecimento de água na cidade. O Programa ‘Água de Todos’ prevê um investimento de R$ 64,5 milhões para a construção de poços, reservatórios e adutoras. Desses, R$ 56,5 milhões serão oriundos do Departamento de Água e Esgoto (DAE), sendo R$ 40 milhões provenientes de um financiamento com a Caixa, além de R$ 16,5 milhões em recursos próprios. A contrapartida de R$ 8 milhões virá de uma construtora parceira.
Após a implementação desses investimentos, a dependência do Rio Batalha por parte da população deve cair de 27% para 12,5%. Isso será possível com a construção de cinco poços, dois reservatórios e uma rede de 14 quilômetros em adutoras. Cada poço terá a capacidade de produzir, em média, 200 metros cúbicos de água por hora. Um dos novos poços será localizado na região de Vargem Limpa, que já recebe água por poços, mas que necessita de ampliação devido ao crescimento urbano.
Os outros quatro poços estão programados para serem instalados no Complexo de Poços e Reservatórios do Val de Palmas, na região Oeste de Bauru. Essas novas fontes de abastecimento atenderão áreas como Vila Falcão, Vila Pacífico, Alto Paraíso e Vila Industrial, minimizando a pressão sobre o Rio Batalha.
O caminho a seguir
A administração de Bauru tem enfrentado um grande desafio no gerenciamento do abastecimento de água durante este período crítico. As medidas tomadas, embora temporárias, visam garantir o acesso à água potável para todos os cidadãos, além de preparar a cidade para um futuro onde a dependência de fontes fluviais seja reduzida. A população pode acompanhar as atualizações e iniciativas através dos canais de comunicação da prefeitura e o site do G1 Bauru e Marília.
Enquanto isso, os moradores devem continuar a ser vigilantes no uso da água e aproveitar as oportunidades de retirar galões, garantindo que todos tenham acesso a esse recurso vital em um momento tão delicado.