A Fundação Getulio Vargas (FGV) é a organizadora da segunda edição do Concurso Nacional Unificado (CNU) de 2025, cujo edital foi publicado nesta semana. O processo seletivo reúne 3.652 vagas para cargos de níveis médio, técnico e superior, com salários iniciais que variam de R$ 4 mil a R$ 16,4 mil, distribuídas em nove blocos temáticos. As provas acontecem em outubro e dezembro, e o prazo de inscrições já está aberto.
Informações principais do edital do CNU 2025
A seleção será composta por duas fases eliminatórias: a prova objetiva, marcada para 5 de outubro, e a prova discursiva, prevista para 7 de dezembro, somente para os candidatos aprovados na primeira etapa. A mudança na estrutura, que anteriormente tinha apenas uma aplicação, reforça a intensidade do exame, especialmente pelo perfil mais exigente da banca FGV.
Perfil da banca e estilo das provas
A FGV, responsável por toda a organização, é conhecida por elaborar questões mais longas, interpretativas e com alto nível de dificuldade, variando entre médio e difícil. Segundo o professor Eduardo Cambuy, do Gran Concursos, esse perfil exige dos candidatos uma leitura atenta a textos densos, gráficos e situações-problema, além de raciocínio lógico e interpretação de textos, tanto nas disciplinas técnicas quanto nas gerais.
Ao contrário da primeira edição, que foi organizada pela Cesgranrio com provas de dificuldade média, a FGV tende a criar avaliações mais desafiadoras, com questões que exigem maior interpretação e atenção ao detalhe. A própria banca também gerencia todo o processo, incluindo inscrições, impressão e correção das provas, além da divulgação dos resultados.
Estrutura das provas e dicas de preparação
Primeira fase: prova objetiva
A prova objetiva acontecerá simultaneamente em todo o país e será composta por questões de múltipla escolha, com cinco alternativas cada. Ela será dividida em duas partes: conhecimentos gerais (língua portuguesa, raciocínio lógico e atualidades) e conhecimentos específicos, conforme o bloco temático escolhido no momento da inscrição. Para cargos de nível superior, a prova terá 90 questões (30 gerais e 60 específicas) com duração de cinco horas. Para níveis intermediários, o total é de 68 questões (20 gerais e 48 específicas) em 3h30.
Segunda fase: prova discursiva
Somente os candidatos aprovados na objetiva terão direito à prova discursiva, marcada para 7 de dezembro. Para cargos de nível superior, a avaliação consiste em responder duas questões dissertativas em três horas. Para níveis intermediários, será escrita uma redação dissertativa-argumentativa com duração de duas horas. Essa etapa será decisiva na classificação final, avaliando capacidade de argumentação e domínio do conteúdo.
A banca utiliza um sistema de pesos diferentes, variando de um a cinco pontos por questão. Além disso, as provas costumam explorar textos longos, gráficos e situações-problema, com forte ênfase na interpretação e na análise crítica.
O que esperar das provas e estratégias de estudo
Especialistas recomendam investir em simulados completos e treinar a resolução de questões para se familiarizar com o estilo da banca. Bruno Bezerra, do Estratégia Concursos, destaca que não há penalização por chute na prova do CNU, tornando aconselhável responder todas as questões.
Por serem provas densas e com enunciados extensos, o tempo é um fator decisivo. Muitas questões podem exigir até 20 minutos de leitura e análise, portanto, estratégias de gestão do tempo, como resolver primeiro as questões mais rápidas e deixar as mais elaboradas para o final, são essenciais. Pequenas pausas durante a prova também ajudam a manter a concentração.
Vagas, distribuições e critérios de reserva de vagas
O edital único detalha a quantidade de vagas por blocos temáticos, incluindo áreas como saúde, educação, tecnologia, direito e administração. Embora a maior concentração esteja em Brasília, há oportunidades espalhadas pelo país. Segundo o documento, a reserva de vagas para negros, indígenas, pessoas com deficiência e quilombolas foi ampliada e tornada mais rigorosa, com percentuais específicos para cada grupo: 25%, 3%, 2% e 5%, respectivamente.
Além disso, uma inovação importante é a ação afirmativa de equiparação de percentual de candidatas mulheres na segunda fase, caso o percentual de classificadas seja inferior a 50%. Essa medida visa promover maior equilíbrio de gênero na etapa final.
Confira o cronograma oficial e próximos passos
As provas acontecem em 5 de outubro (objetiva) e 7 de dezembro (discursiva). A convocação para a prova discursiva será divulgada em 12 de novembro, juntamente com a confirmação de cotas e Pessoas com Deficiência (PcD). A classificação final será publicada até 30 de janeiro de 2026. Após a homologação, a administração do concurso ficará a cargo do órgão responsável, que neste caso é o Ministério da Gestão e Inovação.
Para quem quer se preparar, as recomendações incluem intensificar os estudos com questões de décadas anteriores, fazer simulados em condições reais de tempo e desenvolver uma estratégia de prova para administrar bem o tempo e o cansaço. A preparação para a prova discursiva deve ocorrer após a objetiva, aproveitando o período de dois meses até dezembro para revisão e treino de redação.
Mais informações podem ser acessadas no site oficial do G1.