No Domingo, o cardeal Robert McElroy proferiu uma homilia na qual exortou os católicos a “abraçar de forma persistente, unwavering, profética e compassiva” os migrantes nos Estados Unidos, em celebração pelo 11º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado. A cerimônia ocorreu na Catedral de São Mateus, em Washington, D.C., refletindo um momento de reflexão sobre a atual crise migratória enfrentada pelo país.
Discurso sobre a abordagem atual de imigração nos EUA
Segundo McElroy, “há 110 anos, missas vêm sendo celebradas em nosso país para honrar e apoiar imigrantes e refugiados que contribuíram para a construção dos Estados Unidos”, mas afirmou que “este ano é diferente”. Ele destacou que, atualmente, há uma “ataque sem precedentes” contra milhões de imigrantes e suas famílias, tanto como nação quanto na Igreja.
O cardeal criticou a política do governo Trump em relação à imigração, descrevendo sua estratégia como uma “campanha abrangente para desarraigar milhões de famílias” que “se baseia no medo e no terror”. McElroy afirmou que o objetivo do governo é “roubar a paz real dos imigrantes indocumentados, com a esperança de que eles se autoexpulsem em desespero”.
Reflexão baseada na parábola do Bom Samaritano
Reforçando seus argumentos, McElroy afirmou que o evangelho apresenta uma mensagem radical de solidariedade, que contrasta com a postura de exclusão do governo. Ele citou a parábola do Bom Samaritano, ressaltando que o maior ensinamento da história é que “o Samaritan rejeitou o estreitamento da lei por nascimento e status, reconhecendo que o ferido na estrada era seu próximo”.
“O reconhecimento de que o ferido era nosso próximo obriga-nos a agir com misericórdia, independentemente de sua origem ou condição”, afirmou o cardeal. Ele criticou a postura de autoridades que, ao invés de acolher os migrantes, promovem medo e deportações massivas, prejudicando comunidades de fé no país.
Patrulha do governo e impacto na comunidade católica
McElroy observou que, na sua comunidade, muitos migrantes de fé têm sido alvo de deportações, muitas vezes sob a justificativa de manter a segurança nacional. “Estamos testemunhando uma ofensiva governamental que visa gerar medo entre milhões de homens, mulheres e famílias que, ao migrar, fortaleceram os laços culturais, religiosos e familiares do país”, declarou.
Embora reconheça que a segurança das fronteiras e a prisão de criminosos condenados por crimes graves sejam objetivos legítimos, o cardeal alertou que “quando esses objetivos se tornam a essência da política migratória, a Igreja deve se opor”.
Chamado à ação e solidariedade na fé
McElroy conclamou os católicos a se posicionarem como pessoas de fé e solidariedade, defendendo os migrantes indocumentados cujas vidas estão sendo destruídas por uma política baseada no medo. “Devemos nos solidarizar com aqueles que representam o rosto mais vulnerável da migração”, enfatizou.
Ele pediu que a comunidade católica se una na oração e na ação concreta de acolhimento, reforçando que “a misericórdia deve guiar nossas atitudes perante os migrantes”, conforme ensinamentos da Igreja.