Brasil, 30 de setembro de 2025
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Desaceleração no mercado de trabalho deve se refletir em 2026, aponta estudo

Dados da PNAD Contínua indicam tendência de desaceleração no emprego formal e queda na taxa de desemprego, que deve se consolidar em 2026

Dados divulgados nesta terça-feira pelo IBGE mostram que o mercado de trabalho brasileiro continua em evolução, com avanço nas vagas formais e redução do desemprego. Apesar do cenário positivo, especialistas destacam sinais de desaceleração que devem se consolidar em 2026.

Emprego formal cresce e desemprego atinge menor nível histórico

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, o emprego com carteira assinada cresceu 3,3% no acumulado de 2025, enquanto os trabalhadores sem carteira registraram baixa semelhante. O desemprego caiu para 5,6%, com uma população desocupada de 6,084 milhões, representando uma redução de 9% no trimestre, o menor desde 2016. O grupo de desalentados também atingiu seu menor nível desde o início deste ciclo de dados, em janeiro de 2016.

sinais de desaceleração e perspectivas para 2026

Apesar dos números positivos, há indicativos de que o ritmo do mercado de trabalho está desacelerando. A taxa de participação — proporção de pessoas na faixa de idade para trabalhar que estão empregadas ou buscando emprego — caiu ligeiramente de 62,4% para 62,25%. O economista Daniel Duque, pesquisador do FGV Ibre, explica que essa redução, apesar de pequena, não apresenta mudanças estruturais desde 2024. Além disso, ressalta que a desaceleração mais visível deve ocorrer no primeiro trimestre de 2026, quando a taxa de desemprego deve chegar a 6%.

Impacto da economia e mudanças no perfil da força de trabalho

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, indicou que o comportamento do mercado de trabalho diante do atual patamar de juros precisa ser estudado. Segundo Duque, fatores como a Reforma Trabalhista, a flexibilização das vagas pós-pandemia e o crescimento do uso de aplicativos respondem por essa tendência. Outra mudança relevante é o perfil da força de trabalho, que agora inclui mais pessoas acima de 60 anos, com maior qualificação, resultado da universalização do ensino. Essa mudança reflete, segundo Duque, numa taxa de desemprego mais baixa, estimada entre 6% e 7%, sem pressão inflacionária.

Contexto e opiniões de especialistas

O economista tranquiliza ao afirmar que, apesar de sinais de arrefecimento, a situação do mercado de trabalho não apresenta preocupações graves no momento. Ele destaca que o último trimestre do ano tradicionalmente registra menor taxa de desemprego, e que os números atuais ainda se mantêm em níveis baixos comparados ao histórico brasileiro. A declaração do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, de que os dados representam um alerta ao Banco Central, foi considerada exagerada por Duque.

Futuro do mercado de trabalho e fatores influentes

Duque aponta ainda que o comportamento do mercado de trabalho pode ser influenciado por fatores como a reforma trabalhista, a criação de vagas mais flexíveis e a adoção de aplicativos de trabalho, além de uma mudança significativa no perfil da força de trabalho. Ele reforça que essa transformação contribui para uma melhora na produtividade e na composição do desemprego.

Para mais detalhes, confira a análise completa em este artigo.

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