Brasil, 30 de setembro de 2025
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Portugal discute novo pacote de restrições migratórias após veto presidencial

Deixando imigrantes brasileiros preocupados, propostas de mudança na Lei dos Estrangeiros ganham destaque no parlamento português

Os deputados portugueses irão debater e votar em plenário, nas comissões e na votação final as propostas da Coligação de Centro-Direita (AD), que governa o país, relacionadas às alterações na Lei dos Estrangeiros. O foco principal envolve medidas que restringem o reagrupamento familiar e outros direitos dos imigrantes, após o veto do presidente Marcelo Rebelo de Sousa às versões anteriores do pacote.

Regras mais rígidas e resposta ao veto presidencial

As mudanças aprovadas em julho na Lei dos Estrangeiros, com ampla maioria da AD e do partido de ultradireita Chega, reduzem de dois para um ano o período de residência legal necessário para um imigrante, casado, solicitar o reagrupamento familiar em Portugal. Segundo a legislação atual, a exigência será dispensada se houver filhos menores envolvidos no processo.

O requisito de convivência de 12 meses no país de origem também foi reforçado, reafirmando que o reagrupamento só acontecerá após o imigrante comprovar que o relacionamento de permanência foi iniciado há pelo menos um ano antes da entrada no país europeu.

Reações e possíveis acordos políticos

O recuo forçado pelo governo após o veto do presidente Marcelo Rebelo de Sousa tem sido interpretado como um sinal a favor de negociações entre políticos de centro-esquerda, incluindo o Partido Socialista (PS), e a diminuição da influência da ultradireita. O próprio chefe do Estado afirmou que não enviará novamente o pacote ao Tribunal Constitucional, indicando uma possível mudança na aprovação final.

Apesar do esforço do governo, a coligação do centro-direita e o partido Chega continuam negociando para aprovar as propostas sem a necessidade do apoio do PS. Ana Paula Costa, presidente da Casa do Brasil em Lisboa, afirmou que, apesar do recuo, as alterações “continuam a penalizar os imigrantes”.

Impactos e críticas às mudanças propostas

A especialista ressaltou que a discussão sobre a Lei de Estrangeiros tem sido contaminada por ideias falsas e que as alterações representam uma penalização aos imigrantes, que já usufruem de uma legislação reconhecida internacionalmente como uma das melhores nesse tema. “Quem tem a responsabilidade de melhorar a administração é o próprio Estado, não retirar direitos”, afirmou Ana Paula Costa, acrescentando que problemas estruturais, como a crise na habitação e a falta de profissionais, persistem há anos, sem soluções concretas.

Críticas também dizem que, ao restringir direitos, o governo recusa-se a fortalecer a capacidade administrativa, agravando a situação de precariedade dos serviços públicos e prejudicando o pleno funcionamento do Estado. A mudança na lei ocorre em um momento de maior tensão política, com a possível aprovação do pacote de restrições sem o consenso de setores mais moderados.

Perspectivas futuras na política migratória

A realização das próximas sessões será determinante para definir o destino da legislação e o impacto que terá sobre os direitos dos imigrantes brasileiros e de outras nacionalidades em Portugal. O debate acontece em um clima de polarização, refletindo diferentes visões sobre a imigração e a responsabilidade do Estado.

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