Brasil, 30 de setembro de 2025
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Bispo de Charlotte limita Missa Tradicional a capela e elimina celebrações em paróquias

Bishop Michael Martin restringe a Missa em forma extraordinária a uma capela em Charlotte, após anos de facilitação e controvérsia.

O bispo Michael Martin, da Diocese de Charlotte, na Carolina do Norte, anunciou que a Missa Tradicional em Latim (TLM) será permitida somente na Capela de Little Flower, a partir de 2 de outubro, encerrando suas celebrações em quatro paróquias da diocese. A decisão ocorre após uma demora de três meses na implementação das restrições, em meio a uma forte reação dos fiéis.

Restrição às celebrações e o papel da capela

De acordo com uma carta divulgada por Martin em 26 de setembro, a capela, recentemente reformada pela diocese e capaz de acomodar pouco mais de 350 pessoas, oferecerá duas missas aos domingos e dias de obrigação, sempre conduzidas pelo padre Brandon Jones, o novo capelão nomeado. O bispo explicou que a capela não representa uma comunidade paroquial ou uma formação paroquial para quem deseja a TLM.

Apesar da capacidade limitada, a comunidade da missa tradicional denunciou a grande quantidade de fiéis que participavam nas paróquias, como disse Brian Williams, líder do grupo na St. Ann’s Parish, que há anos promove a missa em Latim. Nesta semana, mais de 700 pessoas participaram de uma missa na St. Ann’s, reconhecendo a importância desse rito para muitos fiéis.

Reações e impacto na comunidade tradicional

Williams explicou à CNA que muitos terão de atravessar longas distâncias para chegar à capela, o que gerou tristeza e frustração no grupo. O bispo incentivou os fiéis a continuarem participando das missas comuns nas paróquias e a considerarem a capela como um local de visita ocasional, não como substituto das comunidades tradicionais.

Ele afirmou que compreende a dor sofrida pelos fiéis, ressaltando que a fidelidade à disciplina da Igreja pode trazer graça e que a situação atual é marcada por incertezas devido às novas restrições. “O que nos entristece é ver a comunidade que se formou ao redor da missa em Latim ser fragmentada e enfraquecida”, comentou Williams.

Contexto e motivações oficiais

As mudanças decorrem da aplicação do motu proprio Traditionis Custodes de 2021, que restringiu o acesso à missa em Latim em contraposição ao Summorum Pontificum de 2007, do Papa Bento XVI. A medida de Martin é vista como uma tentativa de controlar maior a prática dessa celebração tradicional, considerada por ele como uma forma de manter a unidade da Diocese.

Williams afirmou que representantes da comunidade TLM estão “tristes, irritados e resignados” diante das mudanças, que consideram injustas e prejudiciais ao fortalecimento de suas comunidades. “A missa em Latim é uma expressão legítima da nossa fé, e sua prática não deveria ser vista como ameaça, mas como parte da diversidade litúrgica dentro da Igreja Católica”, disse à CNA.

Repercussões e perspectivas futuras

Apesar do impacto negativo, há esperança entre os fiéis de que, sob o papado de Leo XIV, possam ocorrer alterações na postura em relação ao rito tradicional. Williams destacou que há sinais de menor tensionamento, como uma missa em Latim celebrada na Basílica de São Pedro e a recente concessão de isenções às restrições em algumas dioceses dos Estados Unidos.

O grupo espera uma maior abertura do Vaticano, com Williams afirmando: “Continuaremos a rezar e a lutar pela valorização do rito tradicional, que é uma expressão reverente e bela da nossa fé.”

A Diocese de Charlotte ainda não respondeu oficialmente às perguntas sobre as próximas ações após a nova decisão de restrição.

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