O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), descartou nesta segunda-feira (29/9) a possibilidade de uma candidatura à Presidência em 2026. Em declaração no Brasília, após visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Tarcísio reafirmou seu interesse em disputar a reeleição no estado. Esta foi sua primeira visita ao ex-mandatário desde a condenação de Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por sua participação na tentativa de golpe que ocorreu em janeiro.
Reafirmações e sentimentos mistos
“Sou candidato à reeleição em São Paulo, como já deixei claro. Vim aqui fazer uma visita de cortesia, visitar um amigo que foi muito importante na minha história e por quem tenho grande consideração”, afirmou Tarcísio durante a visita. Essa reafirmação vem em um momento em que aliados do governador revelaram certa desmotivação com o atual cenário político.
De acordo com informações do Metrópoles, Tarcísio tem expressado preocupações sobre a falta de organização dentro da direita e a pressão que vem recebendo de líderes do Centrão para se posicionar como o principal adversário do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2026. Essa pressão política tem gerado um maior desgaste para o governador, que, segundo interlocutores, estaria insatisfeito com a situação.
Desgaste político e foco em São Paulo
Essa movimentação política crescente não apenas aumentou a visibilidade negativa do governador, mas também o expôs a críticas públicas e ataques do PT, especialmente em campanhas eleitorais. Aliados já chegaram a sugerir que Tarcísio se envolveu em “uma furada” ao se aproximar de líderes regionais como Valdemar Costa Neto (PL), Ciro Nogueira (PP) e Antonio Rueda (União Brasil). Para muitos, essa aproximação poderia resultar em consequências desastrosas para sua imagem e influência em São Paulo.
Nos últimos dias, o governador diminuiu sua participação em debates e pautas nacionais e tem concentrado sua agenda em compromissos locais. Essa mudança de estratégia contrasta com o que aconteceu em setembro, quando Tarcísio fez comentários controversos em um ato bolsonarista, chamando o ministro Alexandre de Moraes, do STF, de “tirano”. Observadores políticos veem essa guinada como uma tentativa deliberada de Tarcísio de preservar sua base política em São Paulo e evitar novos desgastes em sua imagem.
Alianças e futuros caminhos
A presença do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, durante o encontro, trouxe um tom de solidariedade ao governador. Flávio reforçou a intenção de manter a unidade do grupo político, dizendo: “Quero deixar um recado claro para que não haja dúvidas: independentemente de como as coisas vão transcorrer, eu, Tarcísio e os partidos de centro-direita estaremos juntos em 2026, de qualquer forma, para recolocar o Brasil nos trilhos a partir de 2027”.
Essas declarações refletem um cenário político dividido, onde Tarcísio busca equilibrar suas ambições eleitorais e a manutenção de sua base. Com um foco claro na reeleição em São Paulo, o governador parece estar se afastando da corrida presidencial, ao menos por agora, visando consolidar sua posição local antes de se aventurar novamente no espectro nacional.
O desenrolar dos próximos meses será crucial para entender como Tarcísio navegará por esse complexo cenário político e quais serão os impactos diretos em sua reeleição e no futuro do seu partido.
