Brasil, 30 de setembro de 2025
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Mercado de trabalho e crédito mostram sinais de desaquecimento em 2025

Projeto da taxa de desemprego sobe para 6,3% em 2026, enquanto atividade econômica desacelera e crédito perde ritmo, indicam especialistas

A atividade econômica brasileira vem desacelerando ao longo de 2025, refletindo números mais fracos no mercado de trabalho e no mercado de crédito, segundo projeções de especialistas. Rodolfo Margato, economista da XP, estima que a taxa de desemprego deverá alcançar 5,8% no fim de 2025 e subir para 6,3% em 2026, com criação prevista de 900 mil empregos formais nesse período.

Sinais de desaceleração na atividade econômica

De acordo com Margato, a desaceleração da atividade vem ocorrendo de forma gradual, mesmo diante de estímulos fiscais e parafiscais adicionais. Ele projeta a geração de 1,35 milhão de vagas em 2025, uma redução em relação às 1,68 milhão de postos criados em 2024. Para 2026, a expectativa é de uma nova queda, com cerca de 900 mil empregos.

Dados fiscais positivos, mas preocupações persistem

Os números do Tesouro Nacional indicaram um déficit menor do que o esperado: R$ 15,56 bilhões em agosto, frente a uma projeção mediana de R$ 20,25 bilhões, mostrando uma melhora fiscal. Contudo, especialistas alertam que essa melhora não altera a percepção de risco fiscal, especialmente diante de uma provável desaceleração na crescimento da receita tributária, devido à menor atividade econômica.

Crédito desacelera, inadimplência sobe e juros permanecem elevados

O Banco Central divulgou dados de crédito referentes a agosto de 2025. Apesar do crescimento contínuo, o ritmo de expansão desacelerou, enquanto a inadimplência aumentou e as taxas de juros continuam elevadas, especialmente em linhas como cartão de crédito e o novo crédito consignado para trabalhadores do setor privado, conforme explica a reportagem de Bruna Lessa.

Perda de ritmo na política monetária e riscos futuros

Especialistas indicam que há pelo menos três a quatro meses há uma perda de ritmo na transmissão da política monetária pelo canal do crédito. André Galhardo, economista-chefe da Análise Econômica, comenta que essa desaceleração reflete a perda de ímpeto da atividade econômica, além de indicar que as ações do Banco Central hoje refletem preocupações com a desancoragem das expectativas de inflação. Ele destaca ainda que a elevada taxa Selic, em 15% ao ano, é a mais alta em 19 anos e representa um ônus significativo principalmente para a população mais jovem, além de refletir a dificuldade de o país equilibrar sua dívida pública diante do adiamento de resultados primários positivos.

Perspectivas e riscos fiscais

Segundo o especialista, o cenário atual evidencia que o Brasil mantém uma das maiores taxas reais de juros do mundo, o que prejudica o crescimento e a sustentabilidade fiscal futura. A necessidade de rolagem da dívida pública e a ausência de reforço em resultados primários representam um problema que pode se agravar se não houver ajustes na política fiscal.

Para acessar a análise completa, clique aqui.

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