Brasil, 30 de setembro de 2025
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STF solicita notificação de blogueiro Paulo Figueiredo nos EUA

Ministro Alexandre de Moraes envia carta rogatória para notificar Paulo Figueiredo sobre denúncia de coação judicial.

No último dia 29 de setembro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou uma carta rogatória aos Estados Unidos, solicitando a notificação pessoal do blogueiro Paulo Figueiredo. A medida é parte de uma denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), que acusa Figueiredo de coação em processo judicial.

Entenda a denúncia contra Paulo Figueiredo

A denúncia apresentada pela PGR, datada de 22 de setembro, não atinge apenas Figueiredo, mas também o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Ambos são acusados de tentarem provocar sanções dos EUA contra o Brasil e suas autoridades, em um esforço que visa beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, recentemente condenado pelo STF por tentativa de golpe de Estado.

O procurador-geral, Paulo Gonet, enfatiza que os denunciados “empenharam-se, de forma reiterada, em submeter os interesses da República e de toda a coletividade aos seus próprios desígnios pessoais e familiares”. Essa ação configura uma violação grave, que, segundo a lei brasileira, pode resultar em penalidades severas.

O processo legal e as implicações

A notificação enviada pelo STF requer que Paulo Figueiredo responda à denúncia no prazo de 15 dias corridos. Após a conclusão desta notificação, a carta rogatória – que é um instrumento formal para a solicitação de cooperação jurídica internacional – deve ser devolvida à Suprema Corte brasileira.

Além de Paulo Figueiredo, Eduardo Bolsonaro também deverá ser notificado, porém por meio de edital, visto que sua residência não está nos EUA. Moraes justifica a diferenciação, destacando que Figueiredo reside nos Estados Unidos há mais de 10 anos, o que torna necessária a cooperação jurídica internacional para garantir a continuada tramitação do processo.

Consequências legais da acusação de coação

Se o STF aceitar a denúncia, ambos os acusados poderão ser julgados por coação, conforme o artigo 344 do Código Penal. O artigo define como crime o ato de “usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral”.

As penas para este crime podem variar de 1 a 4 anos de prisão, além de multa, o que implica uma situação de seriedade severa para os envolvidos.

Impactos políticos e sociais

A situação desencadeou uma onda de reações tanto no meio político quanto na sociedade civil. A aliança entre Figueiredo e Eduardo Bolsonaro, vista por muitos como uma tática para contornar a legislação e proteger figuras já comprometidas com a justiça, revela a crescente tensão no cenário político brasileiro.

Especialistas em direito e política avaliam que a acusação pode ter implicações significativas em futuras ações judiciais e na forma como as autoridades brasileiras lidam com situações semelhantes. A proteção dos interesses da República e da coletividade é um tema central que poderá moldar o debate público nos próximos meses.

Além dos aspectos legais, essa situação aponta um fenômeno mais amplo, em que as interações entre cidadãos, autoridades e redes sociais podem impactar juridicamente e politicamente. O uso de plataformas digitais para manipular informações e influenciar decisões pode resultar em consequências severas, como nos casos de coação discutidos neste artigo.

Assim, a determinação do STF em buscar a notificação de Paulo Figueiredo demonstra um esforço para preservar a integridade do sistema judicial brasileiro, além de sinalizar à sociedade a importância de accountability e transparência nas ações dos cidadãos e políticos.

Com o desenrolar dessa situação, resta acompanhar as próximas etapas do processo e o desfecho das ações judiciais que envolvem os denunciados, bem como as reações do público e dos especialistas no tema.

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