Brasil, 30 de setembro de 2025
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Vice-presidente da CPMI do INSS pede prisão de presidente da Conafer

Deputado Duarte Jr. pede prisão em flagrante de Carlos Lopes durante depoimento sobre fraudes no INSS.

Na noite desta segunda-feira (29), em meio a um clima tenso, o vice-presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, deputado federal Duarte Jr. (PSB-MA), pediu a prisão em flagrante de Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer). O pedido ocorreu durante um depoimento sobre as graves acusações de fraudes envolvendo descontos de mensalidades de aposentados.

O escândalo do INSS e as denúncias de fraudes

O escândalo que envolve o INSS foi inicialmente revelado pelo portal Metrópoles, que publicou uma série de reportagens a partir de dezembro de 2023. Somente três meses depois, as investigações mostraram um aumento alarmante na arrecadação das entidades que aplicam descontos nas aposentadorias, totalizando aproximadamente R$ 2 bilhões em um ano. O aumento no volume de dinheiro arrecadado ocorreu em meio ao acúmulo de processos por fraudes nas filiações dos segurados.

As reportagens do Metrópoles levaram a Polícia Federal (PF) a abrir um inquérito e contribuíram para a apuração da Controladoria-Geral da União (CGU). A operação Sem Desconto, deflagrada no dia 23 de abril, resultou na demissão do presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.

Depoimento tenso e acusações

No depoimento realizado na última segunda-feira, o deputado Duarte Jr. começou questionando Lopes sobre a atuação da Conafer, que é suspeita de realizar descontos indevidos nas aposentadorias do INSS. No entanto, o presidente da Conafer se recusou a responder, utilizando seu direito constitucional ao silêncio.

Em determinado momento, Duarte acusou Lopes de mentir e apresentou uma reportagem em que o sindicalista aparecia com um chapéu. A partir daí, o deputado questionou: “Você é a pessoa que aparece na foto?”. Ao que Lopes respondeu com ironia: “Se não for míope, sabe que sou eu”. Essa troca de farpas levou Duarte Jr. a pedir a prisão em flagrante por desacato à sua autoridade.

“Você não está falando com qualquer um não, seu mentiroso. Não está falando com alguém da Conafer, está falando com uma autoridade. Você está preso em flagrante por desacato, você me respeite”, disse o deputado.

Reação do presidente da comissão

O presidente da CPMI, Carlos Viana (Podemos-MG), não acatou o pedido de prisão e, em resposta, repreendeu Duarte por suas falas agressivas. Ele cortou o microfone do deputado, afirmando que não iria referendar um pedido de desacato, já que o tom adotado não era adequado. Viana ressaltou a importância de manter a ordem na sessão e de não transformar o momento em um “show”.

Essa situação gerou uma verdadeira “batalha de palavras” entre os deputados. Duarte desafiou a posição de Viana, que, por sua vez, alertou-o de que poderia ser retirado da sala se não mantivesse a compostura. “Ninguém vai fazer show em cima dessa presidência”, afirmou o presidente da comissão.

Implicações futuras e a luta contra a corrupção

A tensão durante a sessão é um indicativo claro da gravidade das acusações que cercam a Conafer e outras entidades que supostamente têm participado de fraudes no sistema de previdência social. O escândalo não apenas levanta questões sobre a corrupção dentro das instituições, mas também sobre a necessidade urgente de maior fiscalização e transparência no manejo dos recursos destinados aos aposentados.

Os desdobramentos deste caso ainda são incertos, mas o papel da CPMI e da Polícia Federal continua sendo crucial para a investigação. A sociedade aguarda por respostas e ações contundentes que garantam não apenas a responsabilização dos envolvidos, mas também a proteção dos direitos dos aposentados em todo o Brasil.

O caso ressalta a importância de um debate transparente e honesto sobre as políticas de previdência e a necessidade de prevenir fraudes que possam comprometer o bem-estar de milhares de brasileiros. Com a supervisão adequada e a responsabilidade dos representantes eleitos, espera-se que se evitem novos escândalos como esse no futuro.

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