No dia 16 de setembro de 2025, um sagui albino chamou a atenção de estudantes e visitantes do campus da PUC I, em Campinas. Registrado em pelo menos três ocasiões desde o dia 3 de setembro, o animal tem encantado a comunidade universitária com suas aparições inusitadas. Este comportamento não só atrai olhares curiosos, mas também levanta discussões sobre a fauna da região e as questões envolvidas na preservação da vida selvagem.
O intrigante sagui albino
Os registros feitos por estudantes mostram o sagui albino subindo em árvores, atravessando ruas e até se aventurando em cima de um contêiner de lixo. A curiosidade em torno do deslocamento deste sagui é grande, já que a albina é uma condição genética rara entre os primatas, que resulta na ausência de melanina, tornando a pele e os olhos rosados ou vermelhos.
Os biólogos Thomaz Barrella e Giselda Person, consultados pelo portal g1, explicam que animais albinos são raros, especialmente em idade adulta, uma vez que chamam a atenção de predadores devido à sua coloração distinta. “Animais de pelagem branca são mais vulneráveis a predação, pois se destacam no ambiente. Por isso, um indivíduo adulto como esse é difícil de ser observado”, esclarece Barrella.
A alimentação dos saguis
Embora o sagui albino tenha se mostrado astuto em circular pela PUC I, é importante lembrar que a maioria dos saguis avistados na região têm pelagem marrom e habitam as árvores de bairros locais. Esses animais se alimentam mais facilmente nas cidades, o que os leva a se aproximar das áreas urbanas.
Giselda Person alerta sobre a proibição de alimentar animais silvestres, enfatizando que essa prática pode ser prejudicial à saúde deles. “Oferecer alimentos altera sua dieta natural, pode gerar dependência e afetar seu comportamento de sobrevivência, além de causar desequilíbrios ecológicos”, afirma a especialista.
A origem dos saguis em Campinas
Apesar da presença frequente de saguis na região, os biólogos apontam que essas espécies não são nativas do local. Barrella menciona que sua presença nas matas pode ser resultado do tráfico de animais silvestres. No entorno de Campinas, habitam duas espécies de saguis: o sagui de tufo preto e o sagui de tufo branco.
“Nenhuma delas é nativa daqui. O sagui de tufo preto é típico da Mata Atlântica, mas mais ao norte, enquanto o sagui de tufo branco é originário da Caatinga. Esses animais, portanto, são oriundos do tráfico de animais e da criação ilegal em cativeiro”, explica Barrella.
Importância da conservação da fauna
A aparição do sagui albino no campus universitário reflete um aspecto vital da interação entre seres humanos e a fauna local. Com o crescimento urbano e a expansão das cidades, a fauna silvestre enfrenta diversas ameaças que podem resultar em alterações no comportamento e na sobrevivência das espécies.
O caso do sagui albino na PUC I é um lembrete da necessidade de consciência ambiental e respeito pela vida selvagem. Com a educação e a sensibilização da comunidade, é possível contribuir para a preservação das espécies que habitam nossas áreas urbanas e naturais.
Consequentemente, o sagui albino não deve apenas ser visto como uma curiosidade, mas sim como um símbolo da rica biodiversidade que precisa ser respeitada e protegida. Monitorar a presença desses animais em ambientes urbanos é crucial para compreender seus comportamentos e as implicações ecológicas que sua presença acarreta na dinâmica da natureza.
O sagui albino segue circulando pelo campus da PUC I, atraindo a atenção e apreciação de todos que têm a sorte de cruzar seu caminho. Fica a expectativa de que mais pessoas possam conhecer não só esta curiosidade da natureza, mas também entender sua importância no equilíbrio ecológico da região.
Veja mais sobre a fauna e flora local no g1 Campinas.
