Brasil, 30 de setembro de 2025
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Lula veta mudanças na lei da Ficha Limpa que reduziriam inelegibilidade

O presidente Lula sancionou vetos a dispositivos que diminuíam o tempo de inelegibilidade de políticos, seguindo recomendações da AGU.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou uma decisão significativa ao sancionar, com vetos, o projeto que propunha mudanças na Lei da Ficha Limpa, aprovado pelo Senado no início do mês. A medida, que restringia o período de inelegibilidade de políticos, teve os dispositivos vetados para preservar a integridade da lei. A nova normatização será publicada no Diário Oficial da União nesta terça-feira (30).

Vetos de Lula seguem recomendações técnicas

De acordo com informações do jornal O GLOBO, o presidente Lula fundamentou sua decisão nas recomendações da Advocacia-Geral da União (AGU) e do Ministério da Justiça, que alertaram sobre os riscos associados à redução do período de inelegibilidade para políticos condenados. O veto se deu no limite do prazo legal, evitando qualquer possibilidade de retroatividade das normas, que poderia permitir que políticos com condenações voltassem a se candidatar em prazos menores.

Redução do tempo de inelegibilidade: o que estava em discussão?

A proposta que foi vetada alterava a dinâmica da contagem dos prazos de inelegibilidade, uma questão delicada no cenário político brasileiro. Atualmente, políticos condenados têm um tempo de proibição de candidaturas de oito anos, e a contagem desse prazo se dá após o fim do mandato e o cumprimento da pena. A alteração sugerida pelo Senado estabelecia que a contagem começaria no momento da condenação, o que diminuiria o tempo de afastamento das eleições.

Além disso, a proposta incluía mudanças para os casos de condenação mediante decisão transitada em julgado, permitindo que políticos em cargos pudessem voltar a concorrer desde a condenação, exceto para crimes contra a administração pública, que manteriam a contagem a partir do cumprimento da pena.

A relação com o Congresso e o cenário político

Embora a decisão de vetar essas alterações possa gerar um desgaste nas relações de Lula com o Congresso Nacional, a avaliação na sede do governo é de que não havia um clima político favorável à aceitação de mudanças que fossem vistas como um retrocesso na Lei da Ficha Limpa. Esse cuidado é especialmente importante após a recente mobilização popular contrária à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem, que também gerou debates acalorados e críticas.

Próximos passos do Congresso

Com os vetos em vigor, o próximo passo é que o Congresso Nacional reanalise os dispositivos que foram recusados. Para derrubar o veto do presidente Lula, é necessário que haja um apoio maior que a metade dos votos tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado. Isso significa que pelo menos 257 deputados e 41 senadores precisarão votar a favor da derrubada, de forma separada. Caso contrário, os vetos do presidente se manterão, consolidando a Lei da Ficha Limpa em sua forma atual.

Essas decisões refletem uma postura do governo em manter a legislação como um pilar para a manutenção de standards éticos na política brasileira, evitando que condenados tenham uma nova oportunidade de candidaturas em um período reduzido. A balança entre a liberdade de candidatura e a responsabilidade legal parece, assim, continuar a ser uma questão central na agenda pública brasileira.

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