Em uma visita marcante, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se posicionou publicamente contra o projeto de lei conhecido como “PL da Dosimetria”, afirmando que ele não atende às necessidades do sistema judiciário e que a redução de penas não é aceitável quando há pessoas presas injustamente. Este encontro ocorreu na última segunda-feira (29/9) em Brasília, onde Tarcísio visitou o ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente em prisão domiciliar.
Críticas ao PL da Dosimetria
Durante sua declaração, Tarcísio de Freitas afirmou: “Não satisfaz porque não se pode tratar de redução de penas quando há pessoas presas por crimes que não cometeram.” O governador enfatizou a complexidade da situação, apontando que a critica é direcionada a um projeto legislativo que, segundo ele, não resolve a questão da justiça de maneira eficaz.
A visita de Tarcísio a Bolsonaro foi a primeira desde que o ex-presidente foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. O governador também alegou que as investigações conduzidas sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes estão sendo utilizadas como um “instrumento de pressão” contra políticos, especialmente aqueles de direita.
Defesa da anistia como um caminho de pacificação
Embora Tarcísio tenha afirmado que não discutiu diretamente a anistia com Bolsonaro durante sua visita, ele ressaltou que apoiar um perdão amplo aos condenados pelos eventos de 8 de janeiro foi uma proposta que ele considera necessária para a “pacificação” do país.
“Eu acredito, sim, que a anistia é um caminho de pacificação. Muitas pessoas que estão presas não sabiam exatamente o que estavam fazendo. Já cumpriram pena, já entenderam que toda depredação é deplorável e condenável”, disse Tarcísio.
O governador enfatizou que conceder a anistia, que inclua Bolsonaro, seria a única maneira de avançar e focar em outros temas que precisam ser tratados pelo Congresso Nacional. Tarcísio mencionou a urgência em “virar essa página” para permitir diálogos mais produtivos no âmbito da política nacional.
Expectativa em relação à votação do PL da Dosimetria
O debate em torno do projeto da dosimetria segue em pauta na Câmara dos Deputados. O presidente da Câmara, Hugo Motta, indicou que a votação do PL ainda não está definida. A expectativa inicial, segundo o relator do projeto, deputado Paulinho da Força, era que a votação fosse realizada até terça-feira (30/9). O relator ainda havia mencionado que a votação do PL da isenção do Imposto de Renda (IR) poderia estar condicionada à aprovação do PL da dosimetria. No entanto, Motta deixou claro que não há conexão entre as duas pautas.
Essas declarações e a postura de Tarcísio refletem um cenário político conturbado no Brasil, onde a polarização e a luta por justiça estão no centro das discussões. Com sua candidatura à reeleição em 2026 já anunciada, Tarcísio busca se posicionar como uma figura conciliadora em tempos de divisão.
Implicações para o futuro político de Tarcísio
A posição de Tarcísio também pode impactar sua trajetória política a longo prazo, especialmente se o governador continuar a defender políticas que busquem promover a unidade em um momento onde a polarização política é prevalente. Seu apoio à anistia pode atrair votos tanto de eleitores mais conservadores quanto de aqueles que buscam uma solução pacífica e conciliatória para as divisões do país.
Leia também
Tarcísio sobre 2026: “Sou candidato à reeleição em São Paulo”
Flávio: Bolsonaro “apadrinha” Tarcísio, mas condiciona apoio à anistia
Eleição em jogo: Tarcísio tem 1ª reunião com Bolsonaro após condenação
Após enterro da Blindagem, líderes veem PL da Dosimetria ameaçado
O desdobramento dos eventos e a resposta do Legislativo em relação ao PL da Dosimetria poderão moldar significativamente o cenário político no Brasil. É um momento de tensão, que exige negociação e diplomacia, com questões fundamentais em jogo, sendo a anistia uma delas.