O cantor Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, mais conhecido como Oruam, está prestes a deixar a Penitenciária Serrano Neves, localizada em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O alvará de soltura foi expedido pela Justiça do Rio na manhã desta segunda-feira (29), após sua defesa conseguir, na última sexta-feira (26), uma liminar no Superior Tribunal de Justiça (STJ) que revogou a prisão preventiva do rapper. Com isso, Oruam poderá responder em liberdade até o julgamento definitivo do recurso.
Liberdade com restrições
Ainda que tenha sido concedida a liberdade, a Justiça impôs uma série de medidas cautelares que devem ser seguidas pelo cantor. Essas restrições incluem:
- Comparecimento mensal em juízo para informar atividades e presença obrigatória em todos os atos do processo;
- Manutenção de residência fixa na comarca, com endereço e telefone atualizados;
- Proibição de acesso ao Complexo do Alemão e a outras áreas classificadas como de risco pela Corregedoria;
- Proibição de contato e aproximação, em um raio de 500 metros, dos demais acusados e de um adolescente citado no processo;
- Proibição de deixar a comarca por mais de sete dias sem autorização judicial;
- Recolhimento domiciliar noturno, das 20h às 6h;
- Uso de tornozeleira eletrônica, com monitoramento pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).
É importante lembrar que Oruam é filho de Márcio Nepomuceno, conhecido como Marcinho VP, atualmente preso por assassinato, formação de quadrilha e tráfico de drogas. Essa conexão familiar traz uma notoriedade indesejada ao cantor, especialmente considerando sua tatuagem em homenagem ao pai e ao traficante Elias Maluco, condenado pelo assassinato do jornalista Tim Lopes.
Motivos da prisão
O rapper estava detido desde 22 de julho e se entregou um dia após a decretação de sua prisão devido a um confronto com policiais em frente à sua residência, no Joá, Zona Sudoeste do Rio. A Polícia Civil acusa Oruam de ter impedido a apreensão de um menor procurado por tráfico de drogas e roubo de carros. Durante a abordagem, o jovem de 17 anos, que estava em situação de semiliberdade, conseguiu fugir após resistência dos amigos, incluindo Oruam.
O cantor acabou se tornando réu por tentativa de homicídio qualificada, pois segundo as autoridades, ele lançou pedras contra os policiais durante a ação, ferindo um deles. Além disso, ele foi indiciado por sete crimes, incluindo tráfico de drogas, associação ao tráfico, resistência, desacato, dano, ameaça e lesão corporal.
Decisão do STJ
Na decisão liminar proferida pelo ministro Joel Ilan Paciornik, foi decidido que a prisão preventiva de Oruam deveria ser substituída por medidas cautelares, conforme o artigo 319 do Código de Processo Penal. O ministro argumentou que a decisão anterior da primeira instância baseou-se em “fundamentos genéricos relacionados à gravidade abstrata do crime de tráfico de drogas” e que não foram apresentados dados concretos que justifiquem a manutenção da prisão.
Paciornik destacou que a quantidade de drogas (73 gramas de cocaína) apreendidas não era suficiente para embasar a custódia cautelar do rapper, especialmente levando em consideração sua primariedade e bons antecedentes.
A reação de Oruam e sua defesa
Ao se entregar à polícia em julho, Oruam se mostrou positivo e declarou: “Vou dar a volta por cima”. Em suas palavras, ele pediu desculpas aos fãs e expressou confiança em sua inocência, afirmando que estaria com Deus e se sentindo forte. Sua defesa também reiterou que não havia evidências concretas que o implicassem em atividades criminosas, além de garantir que Oruam seguirá as medidas cautelares estabelecidas pela Justiça.
Agora, a expectativa é alta sobre os próximos passos de Oruam e como ele gerenciará sua carreira musical e os desafios legais que ainda enfrenta.
*Nota: Para mais detalhes sobre a situação de Oruam, acesse a fonte da notícia [aqui](https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2025/09/29/alvara-de-soltura-para-oruam-e-expedido-pela-justica-do-rio.ghtml).
