O ex-deputado Daniel Silveira, condenado a 8 anos e 9 meses de reclusão, recebeu uma decisão favorável do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para progredir ao regime aberto. O anúncio foi feito nesta segunda-feira, 29 de setembro, e embora a mudança represente um alívio para Silveira, ele deverá seguir rigorosas condições estabelecidas pela Justiça.
Condições impostas pelo STF
De acordo com Moraes, a progressão para o regime aberto está condicionada ao uso de tornozeleira eletrônica e à proibição de uso de redes sociais. Durante a semana, Silveira deverá cumprir recolhimento domiciliar das 19h às 6h e, nos fins de semana e feriados, a restrição será total, ou seja, ele deverá permanecer em casa por todo o período. A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) será responsável por enviar relatórios semanais ao Judiciário para monitorar o cumprimento dessas condições.
Um histórico de condenação e defesa
Daniel Silveira foi condenado em decorrência de crimes relacionados a ameaças e ofensas a autoridades, incluindo integrantes do STF. A sua pena inclui o pagamento de 35 dias-multa, com valor unitário fixado em cinco salários-mínimos. Sua defesa argumentou que o início da remição da pena, após o cumprimento de parte do tempo estabelecido, justificava o pedido de progressão ao regime aberto.
No pleito apresentado, a defesa ressaltou que Silveira atingiu o lapso temporal necessário à concessão da progressão, preenchendo os requisitos exigidos pela legislação. O ex-deputado permaneceu por um período na Colônia Agrícola Marco Aurélio Vergas Tavares de Mattos, em Magé, na Baixada Fluminense, onde cumpria sua pena em regime semiaberto antes da autorização para a nova fase.
Pontos de vista da Procuradoria-Geral da República
A Procuradoria-Geral da República (PGR) também se manifestou a favor da progressão de regime de Silveira, com o vice-procurador-geral, Hindenburgo Chateaubriand, destacando que o ex-parlamentar apresentou bom comportamento durante o cumprimento da pena. Em seu parecer, ele enfatizou a importância de uma avaliação rigorosa do comportamento do sentenciado como um dos critérios para liberalidade no sistema penal.
“De acordo com o artigo 112 da Lei de Execução Penal (LEP), a progressão de regime para o apenado primário que cometeu crime com grave ameaça depende do cumprimento de 25% da pena e de boa conduta carcerária”, afirmou Chateaubriand. Com a progressão, Silveira demonstrou ter cumprido não apenas o tempo necessário, mas também uma conduta positiva, conforme evidenciado por sua documentação disciplinar.
Expectativas para o futuro do ex-parlamentar
Com a decisão favorável, muitos questionam qual será o futuro político de Daniel Silveira. Ele, que já foi figura polêmica no cenário político, e atualmente enfrenta restrições severas em sua liberdade, deverá encontrar maneiras de se reintegrar à sociedade. A proibição de uso das redes sociais torna ainda mais desafiadora a tarefa de estabelecer uma comunicação com seus apoiadores e reativar sua carreira política.
Essa nova fase da vida de Silveira não só representa um novo desafio pessoal como também um teste para o sistema judiciário brasileiro e sua abordagem em relação a condenados por crimes graves. Enquanto a sociedade observa a questão, a liberdade de Silveira estará sob a lente crítica tanto da mídia quanto do público, que acompanham atentamente cada movimento do ex-deputado.
A continuidade da formalidade na execução de sua pena e as restrições impostas pelo STF demonstram a vigilância permanente sobre aqueles que cometem crimes de ataque à democracia e às instituições. Agora, Silveira deverá trilhar um caminho que combine sua vontade de liberdade com as exigências legais que o cercam.